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Governo apela homens a engajarem-se na luta contra a violência em relação ao género

Para o Primeiro Ministro, José Maria Neves, "é fundamental que os homens adiram a essa luta", contra a violência com base no género, principalmente em relação às mulheres, que em Cabo Verde, infelizmente, atinge proporções preocupantes.

"Mudjer kabu-verdiana nasi pa ser amada, e ka nasi pa dadidu nel!", diz Neves. E sendo os homens parte integral e fulcral do problema, já que são, na esmagadora maioria das vezes, os agressores, estes devem fazer parte fundamental da solução desta problemática que constitui uma mancha na boa imagem e reputação do país, como mostram os relatórios sobre os Direitos Humanos em Cabo Verde que destacam este aspecto negativo em relação à sociedade cabo-verdiana.

Entretanto, o Executivo vai fazendo a sua parte, seja com medidas politicas como a transformação do ICIEG que "vem fazendo um excelente trabalho", e através dessa rede de instituições que constituem o SOL -Rede de Atendimento às Vítimas da Violência com Base no Género -,

O SOL, desde a sua constituição em 2004 até agora, já atendeu cerca de oito mil mulheres vítimas de violência doméstica, ajudando a conscientizar as mulheres da necessidade de denunciarem esse tipo de abusos.

Ou seja através de medidas legislativas. Nesse momento, há uma iniciativa do ICIEG e dos tribunais para acelerar os processos judiciais de casos de violência com base no género. Para Neves, é importante que a justiça seja mais célere nas respostas a esses casos, como forma de se obterem respostas mais rápidas às vítimas e constituir melhor protecção a elas, por forma a evitarem-se casos de mazelas mais graves ou até de homicídio.

Contudo, tem-se conseguido muitos progressos, considera, graças, em parte ao trabalho do ICIEG e do SOL, elogia, tanto nesse nível, como também a nível da igualdade e equidade de género em que as mulheres cada vez mais ganham o seu espaço nos mais diversos ramos, desde as escolas em que elas são hoje maioria, e até no poder Executivo, onde também são maioria (60%), indica José Maria Neves.

Sociedade contra a violência

Este aproveita também para urgir a criação de uma coalizão (ver também texto: Governo e Presidência da Republica preocupados com delinquência juvenil), envolvendo as várias instituições políticas, sociais e a própria sociedade. No sentido de tratar a violência como um todo, pois que já atinge níveis mais do que preocupantes.

A violência com base no género é reflexo de uma sociedade como um todo e que começa desde o comportamento nas estradas, passando pela delinquência juvenil e que tem a ver com a família, com a excessiva partidarização da nossa sociedade, etc, e que constituem grande desafio. Os níveis de violência verificados na nossa sociedade hoje, considera, "nos interpelam a todos!", conclui. (Leia na íntegra o discurso_pm-abertura_iii_reunio do SOl)