
O Ministro da Indústria, Comércio e Energia reiterou o compromisso de Cabo Verde com a ação climática, alertando que, para se manter viva a meta de 1.5°C, é necessário corrigir urgentemente o rumo da ação global. Alexandre Monteiro defendeu esta ideia durante a sua intervenção no Segmento de Alto Nível da COP30, realizada esta terça-feira,18 de novembro, na Amazónia, apelando, ainda, a avanços urgentes na transição energética e justiça climática.
Conforme afirmou, “apesar de as nossas emissões representarem uma fração mínima do total global, Cabo Verde decidiu alinhar-se com a trajetória de 1.5°C. As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) 3.0 compromete-nos a reduzir emissões em pelo menos 18% abaixo do cenário de referência, podendo atingir 39% com apoio internacional. A estratégia de longo prazo projeta um sistema elétrico próximo de 100% renovável em 2040 e neutralidade carbónica em 2050. Estamos a expandir a produção renovável, o armazenamento, a modernização das redes, a eficiência energética, a mobilidade limpa e a economia circular, preservando simultaneamente os nossos ecossistemas como sumidouros de carbono.”
Alexandre Monteiro defendeu, também, que a transição energética e diversificação económica de Cabo Verde exigem investimentos significativos em energias limpas, indústria sustentável, inovação e transformação digital. O financiamento climático tem de ser previsível, acessível e em escala, com maior proporção de subvenções e termos justos, sublinhando que o novo objetivo quantificado deve refletir as reais necessidades globais e viabilizar parcerias estratégicas que promovam economias verdes e azuis nos países mais vulneráveis.
“A concretização da ambição de Cabo Verde depende de meios efetivamente mobilizados”, disse.
Antes de terminar o seu discurso, o Ministro afirmou que os países insulares necessitam de mecanismos rápidos e eficazes para lidar com secas, erosão costeira e eventos extremos cada vez mais intensos.
“Em Cabo Verde, as chuvas torrenciais da Tempestade Tropical Erin destruíram infraestruturas, afetaram milhares de pessoas e causaram perdas humanas; apenas três meses depois, novos episódios voltaram a provocar danos significativos. Estes eventos demonstram que adaptação e perdas e danos são questões de segurança humana e desenvolvimento. Saudamos os avanços no Fundo de Perdas e Danos, mas insistimos que a sua operacionalização deve garantir acesso real e célere para países com capacidades institucionais limitadas”, frisou.
Cabo Verde reafirma o seu compromisso com o multilateralismo, com uma transição justa e com uma ação climática ambiciosa que coloque a justiça climática no centro das decisões desta COP.



