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Cabo Verde entre os cinco países africanos mais amigos da criança

O relatório foi organizado pelo Fórum para as Políticas sobre as Crianças, presidido pelo antigo chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano, e dado a conhecer hoje, e dá conta de que cabo Verde está entre os cinco países africanos “mais amigos da criança”, ou seja entre os países do continente com as políticas mais favoráveis às crianças, sendo mesmo o primeiro entre os países lusófonos da região. A notícia já circula nos principais jornais online do país e também ao nível internacional.

De acordo com o mesmo documento, o continente africano “tornou-se num lugar mais adequado para as suas crianças do que há cinco anos atrás”, isso devido ao crescente investimento em sectores como a educação e a saúde, que têm implicações na melhoria das condições de vida das crianças, bem como em relação à protecção jurídica contra os abusos infantis que também têm-se registado melhorias desde o último relatório idêntico feito em 2008.

As conclusões gerais apontam ainda para uma redução acentuada na taxa de mortalidade em todo o continente, a mais rápida dos últimos 30 anos ao nível mundial, de acordo com o mesmo estudo. Conclusões positivas ainda em relação ao aumento do acesso à educação primária, sobretudo no que diz respeito às meninas.

Entre os países com maior evolução nesta matéria está Cabo Verde que subiu cinco posições em relação ao relatório de 2008, estando posicionado agora no quinto lugar, ou seja, no “top five” de todo o continente, fazendo jus aos muitos investimentos feitos pelos sucessivos governos, sobretudo nos últimos anos com José Maria Neves à frente do Governo.

Entre as virtudes do nosso país está a aposta feita na educação, entre as quais a redução do rácio professor-aluno, com óbvios benefícios para a educação das crianças. As contínuas melhorias na saúde, sobretudo a materno-infantil e familiar, a forte infra-estruturação e melhorias gerais no sistema de saúde, programas como as refeições quentes nas escolas, a saúde escolar, etc., são outros exemplos da grande sensibilidade do actual executivo com a causa do bem-estar das nossas crianças.

Entretanto, o referido relatório lamenta que crianças africanas continuem a morrer de causas “evitáveis”, por falta de condições básicas e devido a violência contra elas, destacando a ausência ou insuficiência de sistemas eficazes de protecção e, ou atenção à criança.  

Entre os dez países que ocupam a cauda desta classificação está São Tomé e Príncipe (50º lugar), ainda que se reconheça evoluções significativas no que tange à sub ou malnutrição. Cabo Verde é mesmo o país lusófono (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa-PALOP) melhor classificado, estando Angola na 41ª posição e a Guiné-Bissau no 40ºposto. Entretanto é de salientar a subida deste último país de 12 posições no referido ranking. Moçambique é 35º classificado.

Entre as conclusões do relatório em causa, regista-se que as políticas favoráveis às crianças não dependem da riqueza do país, mas da “determinação” dos governantes em relação às cinco prioridades definidas pelo estudo. São elas: maior responsabilização perante as crianças, combate à mortalidade e melhoria do acesso às necessidades básicas, maior investimento e combate à desigualdade, protecção jurídica e melhorar a participação das crianças nas decisões que as afectam.