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Cabo Verde vence Prémio Internacional Mélina Mercouri da UNESCO para Salvaguarda e Gestão de Paisagens Culturais

Ao candidatar-se ao prémio, Cabo Verde se propôs a cumprir os objetivos específicos estabelecidos no programa de desenvolvimento sustentável até 2030, por meio de programas de organização e capacitação das mulheres em cooperativas de transformação de produtos locais (artesanato, gastronomia, cestaria, turismo de habitação, guias turísticos) com vista a criar nichos de ofertas de produtos voltados para o turismo local.

O Instituto do Património Cultural (IPC) recebeu na tarde desta segunda-feira, 18 de novembro, o prémio internacional Mélina Mercouri da UNESCO para a Salvaguarda e Gestão de Paisagens Culturais, edição 2019, numa cerimónia que decorreu em Paris, França, à margem da 40.ª Conferência Geral da UNESCO.

O prémio foi entregue pelo Ministro da Cultura e Desporto da Grécia, Styliani Mendoni e pela Diretora Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, ao Presidente do Instituto do Património Cultural, Hamilton Jair Fernandes, na presença do Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas que é, também, Presidente da Comissão Nacional de Cabo Verde para a UNESCO (CNU), Abraão Vicente.

Impulsionado pela nova visão de gestão patrimonial integrado implementado pelo Governo, através do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, Cabo Verde entregou a candidatura ao prémio para a salvaguarda do Parque Natural de Cova, concelho do Paúl e Ribeira da Torre, concelho do Ribeira Grande, ambos na ilha Santo Antão, e que integram a lista indicativa do nosso país para a UNECO, pelos critérios V, VII e X.

A candidatura ao prémio Mélina Mercouri da UNESCO atendeu a todo o valor cultural, natural, inter-relações entre os elementos do meio físico natural com o engenho do homem que forjou a paisagem peculiar e à necessidade de implementar medidas que possam mitigar os efeitos exógenos e endógenos que perigam a sustentabilidade do Parque Natural da Cova e Ribeira da Torre.

Ao candidatar-se ao prémio, Cabo Verde se propôs a cumprir os objetivos específicos estabelecidos no programa de desenvolvimento sustentável até 2030, por meio de programas de organização e capacitação das mulheres em cooperativas de transformação de produtos locais (artesanato, gastronomia, cestaria, turismo de habitação, guias turísticos) com vista a criar nichos de ofertas de produtos voltados para o turismo local.

Durante a cerimónia de entrega do prémio, o Presidente do IPC, Hamilton Jair Fernandes, garantiu que o Instituto do Património Cultural irá trabalhar com todos os parceiros locais, especialmente com a comunidade, no processo de salvaguarda da paisagem cultural de Corda e da Ribeira da Torre. “Para nós é prioritário a implementação de ações para a melhoria das condições de vida das comunidades, na proteção integral do ecossistema cultural e natural e de forma sustentável garantir o usufruto por parte dos que visitam esta linda paisagem”, afirmou o presidente do IPC.

O presidente reforçou, ainda, que para o IPC e para Cabo Verde este prémio representa não só o reconhecimento do trabalho técnico e científico que o Instituto tem desenvolvido, mas também o resultado concreto da aposta que o Governo tem feito no sector, mobilizando cada vez mais recursos para a investigação, a conservação e a reabilitação patrimonial.

Para o Ministro Abraão Vicente, este prémio representa o confirmar de políticas acertadas para o sector e um acréscimo de responsabilidade no que a preservação e salvaguarda do legado cultural e natural do país diz respeito.

O Ministro felicitou a equipa técnica que preparou a candidatura, demonstrando uma confiança crescente na expertise cabo-verdiana para colocar o nosso país ao mais alto nível das melhores práticas mundiais. A candidatura cabo-verdiana foi elaborada pela equipa técnica do IPC formada pelo Diretor de Monumentos e Sítios, Jaylson Monteiro, os técnicos historiadores e gestores de património, Ivalena do Rosário, Edson Brito, José Landim, e a geógrafa, estagiária canarina, Isabel Esquível.

O Prémio Mélina Mercouri, criado em 1995, leva o nome da ex-Ministra de Cultura de Grécia que era firme defensora da conservação integrada. O prémio concedido a cada dois anos e desde a sua primeira edição, já foram atribuídos seis prémios da Mélina Mercouri.