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Diretor Geral de Telecomunicações e Economia Digital destaca a necessidade de termos sistemas de alerta precoce via satélite

O Diretor Geral de Telecomunicações e Economia Digital afirmou que o objetivo da Conferência Africana de Navegação por Satélite – Pré-evento de Alto Nível 2025 é criar o despertar das autoridades e das várias estruturas críticas do país, relativamente à necessidade de termos sistemas de alerta precoce, particularmente através de sistemas de intervenção via satélite.

Milton Cabral fez essa declaração em conferência de imprensa, após a cerimónia de abertura da Conferência Africana de Navegação por Satélite – Pré-evento de Alto Nível 2025, com o tema: “Aproveitando a Tecnologia GNSS para o Reforço dos Sistemas de Alerta Precoce de Riscos Múltiplos (MHEWAS) em África”, que teve início, nesta quarta-feira, 16 de julho, no Parque Tecnológico Arquipélago Digital de Cabo Verde, na cidade da Praia.

Esta conferência servirá como um pré-evento para a planejada Conferência sobre Navegação por Satélite em África, a primeira do seu tipo, agendada para 2026 em Dakar, Senegal.

“Temos aqui conosco um conjunto de especialistas e um conjunto de entidades ligadas à indústria de satélite, precisamente para criar aqui um ambiente de partilha e troca de conhecimento e parcerias neste domínio”, afirmou o Diretor Geral de Telecomunicações e Economia.

Milton Cabral considera que a questão da prevenção de desastres deve ser analisada numa perspectiva do potencial que a tecnologia de navegação via satélite traz para que nós possamos monitorizar quase que em tempo real comportamentos climáticos e comportamentos da Terra.

“E esta tecnologia, como GNSS e GPS, permite-nos de uma certa forma tirar proveito de informações em tempo real que nós podemos ter acesso através da tecnologia satélite para prevenir e para ter um comportamento preventivo quando se fala em ações climáticas, nomeadamente tsunamis e eventos costeiros, que é precisamente aquilo que Cabo Verde está mais propenso”, referiu.

A perspectiva, segundo o mesmo, é que possam realmente estar a acompanhar através desta plataforma que estão a criar agora e que vai iniciar no próximo ano em Dakar e poderem com isto também tirar proveito de investimentos, financiamentos e parcerias que possam beneficiar Cabo Verde.

A abertura oficial da conferência foi feita pelo Ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, e contou com as intervenções da Embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó e do Diretor da SatNav Africa JPO, Semou Diouf, entre outros intervenientes.

Por sua vez, o Diretor da SatNav Africa JPO, Semou Diouf, destacou a relevância deste tema e mencionou que, com o SatNav África, pensaram em abordar o tema da navegação por satélite, uma tecnologia transversal a todas as outras, com o objetivo de explorar as possibilidades tecnológicas disponíveis, de modo que, embora não possam eliminar completamente os problemas climáticos, sejam capazes de responder com calma e garantir resiliência a esses desafios que estão além do controle humano.

“Este programa é um programa pan-africano gerido sob a cooperação entre África e Europa, inserido no Global Gateway. E nós, “na parte espacial, somos um dos componentes do Programa de Parceria Espacial entre a África e a União Europeia, criado há 10 anos. A primeira ação, conforme indicado pelo ministro da Agricultura e Ambiente, é desenvolver capacidade. Desenvolvemos capacidade com base em 10 especialistas recrutados de toda a África. Utilizamos comunidades econômicas regionais e conseguimos desenvolver um grupo de especialistas em cada país”, explicou.

Hoje, segundo afirmou, esses especialistas compreendem a navegação por satélite e também sabem o que pode ser usado na navegação por satélite. “Embora não possamos construir um sistema como o GPS ou o Galileo, podemos utilizar essas tecnologias para “sistemas de alerta precoce, aumentando a precisão e a integridade”.

A África optou por trabalhar em sistemas de amplificação, permitindo que sinais sejam usados, por exemplo, para pousos seguros em aeroportos ou em agricultura de precisão, referiu, Semou Diouf, indicando que um exemplo prático seria alertar pescadores em Cabo Verde sobre áreas proibidas, usando sinais diretos dos satélites.

“Essas tecnologias têm aplicações amplas, desde o setor marítimo até a direção autônoma, embora ainda estejamos distantes desse último. A conferência destacou desafios atuais que não conseguimos controlar, como eventos naturais. A natureza não pode ser mudada, e precisamos saber como controlar o impacto e socorrer as pessoas” em situações críticas. É fundamental lembrar que a navegação por satélite se aplica a todos os lugares, especialmente nos sistemas de alerta precoce”, concluiu.

A Conferência Africana de Navegação por Satélite – Pré-evento de Alto Nível 2025 que decorre de 16 a17 de julho, é organizado pelo Escritório Conjunto do Programa SatNav África (JPO), em parceria com o Governo de Cabo Verde, através do Ministério da Economia Digital.