
A imigração sempre fez parte da história de Cabo Verde e somos um povo de imigração, mas não queremos que as mentes brilhantes saiam do país, afirmou o Secretário de Estado da Economia Digital.
Pedro Lopes fez esta consideração ao participar no dia 24 de maio no Fórum Emigração Cabo-Verdiana Juvenil, promovido pela Associação Geração B-Bright, no Auditório da Universidade de Santiago, em Sucupira. O evento reuniu jovens, decisores políticos e representantes da sociedade civil para refletir sobre os desafios e oportunidades relacionados à emigração da juventude cabo-verdiana.
O Secretário de Estado da Economia Digital.foi orador no Painel IV – “Perspetivas de políticas. O que pode ser feito?”, ao lado da ativista social e líder comunitária, Sra. Ricardina Semedo e do Comissário de Direitos Humanos, Sr. José Viana. A moderação ficou a cargo do Sr. Tomilson Neves. De forma descontraída e honesta, os intervenientes refletiram sobre as políticas publicas para a juventude no sentido de criar soluções reais para os jovens.
Durante a sua intervenção, o governante defendeu que é preciso pensar políticas públicas que incentivem os jovens a permanecer no arquipélago, mas também estratégias para atrair de volta aqueles que emigraram e desejam regressar.
Segundo o Secretário de Estado, muitos cabo-verdianos formados nas melhores universidades internacionais estão apenas à espera de uma oportunidade para retornar e contribuir com o desenvolvimento do país.
Um dos pontos centrais do seu discurso foi o destaque para as oportunidades no setor digital. Pedro Lopes sublinhou que o Parque Tecnológico é um investimento de mais de 50 milhões de dólares e representa uma aposta concreta na juventude. “É um espaço para formar jovens, criar empresas, gerar emprego. Já emprega mais de 300 pessoas”, apontou, acrescentando que é fundamental mudar a narrativa de que não existem oportunidades para os jovens: “Não precisamos depender apenas de concursos públicos. O setor privado, a procura por conhecimento e o empreendedorismo são caminhos viáveis”.
Para Lopes, os jovens cabo-verdianos devem apropriar-se das ferramentas disponíveis, conhecer os programas públicos e envolver-se ativamente no debate cívico. “Temos que conhecer as oportunidades que o Estado oferece e testar o sistema, afirmou”.
Sobre o papel da juventude nas reivindicações sociais, o governante sublinhou a importância de uma participação consciente: “Temos que saber o que queremos antes de protestar contra. Caso contrário, seremos facilmente instrumentalizados por interesses alheios. Quem desenha o futuro de Cabo Verde somos nós: políticos, jovens, governantes, sociedade civil, músicos, desportistas. Querem ver mudança? Assumam-na. Exijam. Envolvam-se”, reforçou.
Pedro Lopes concluiu reforçando a confiança no potencial da juventude cabo-verdiana e na sua capacidade de liderar transformações sociais e económicas. “O futuro de Cabo Verde depende de vocês. Eu acredito que podemos fazer muito mais”.



