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Luta contra a Dengue continua no ano do 35º aniversário da Independência

 

Essa mega-campanha de limpeza deverá acontecer, ainda, este ano em saudação do 35° aniversário da Independência, a "Operação Limpar Cabo Verde", apelando desde já o Primeiro Ministro, à adesão maciça da população.

Uma outra iniciativa em curso é a estruturação do Programa Nacional de Controle de Doenças Transmitidas por Mosquitos, com equipas a serem implementadas em todas as delegacias de saúde, avançou José Maria Neves no seu discurso de encerramento do primeiro Simpósio Internacional de Reflexão sobre a Epidemia de Dengue realizado na cidade da Praia e em toda a África.

Neves fez questão de realçar, mais uma vez, a excelente performance de todos os actores envolvidos na luta contra a Dengue efectuada no ano passado e liderada pelo Governo, como os serviços de saúde, a Protecção Civil, a Polícia, os militares e o envolvimento da população nessa campanha, antes de afirmar que a luta continua.

É preciso não baixar a guarda, segundo o Chefe do Governo para que se possa debelar de vez qualquer possibilidade de retorno da doença. Assim, o Executivo elaborou o Plano Nacional de Contingência de Luta contra a Dengue e que foi submetido à apreciação do Simpósio, tanto para o seu enriquecimento como para adopção a nível regional.

Fez também dois estudos entomológicos para conhecer os níveis de infestação de mosquito e assumiu, diz, "o compromisso" de fazer quatro campanhas nacionais de luta anti-larvar este ano, sendo que a primeira já se realizou entre Fevereiro e Março, com repetição prevista para Maio, "logo após as primeiras chuvas" e em Outubro.

 "Provamos que somos capazes de enfrentar uma epidemia; agora é provar que somos capazes de enfrentar e reduzir os riscos, agindo de forma preventiva", frisa.

Simpósio Internacional recomenda melhor acompanhamento da Dengue

Quanto ao simpósio, este produziu documentos conclusivos com recomendações e apelos para uma acção conjunta entre os países da sub-região ocidental africana de prevenção e combate, não só à Dengue, como também à febre-amarela.

Isso, para evitar riscos de propagação de um país para outro, tendo em conta as relações permanentes entre esses países e o facto de todos possuírem as condições vectoriais (Vírus e mosquito) para a sua propagação.

Assim, deverá ser discutido um protocolo de avaliação dos riscos de epidemias da Dengue e febre-amarela na sub-região, sendo que é notória a falta de condições de vigilância para um combate mais efectivo.

A organização do simpósio apela a um esforço maior dos países, no sentido de melhor prepararem-se com meios técnicos e infra-estruturais para fazer face à Dengue e outras doenças vectoriais. Apelo também à investigação científica nessa matéria.  

O desempenho de Cabo Verde no combate à epidemia de Dengue que abalou o país em Outubro de 2009, com pelo menos 21 mil casos registados, mereceu altos elogios dos participantes do referido simpósio sendo, inclusive, considerada um caso de estudo.

Participaram desse encontro técnicos e especialistas de países como o Senegal, Costa do Marfim e Martinica, para além de representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Instituto Pasteur no Senegal, entre outros.