
Decorreu esta quinta-feira, 11 de dezembro, no Centro de Formação da Polícia Judiciária (PJ), na cidade da Praia, a reunião anual de balanço das atividades programadas e realizadas pelo Ministério da Justiça, junto das autoridades de defesa e combate à criminalidade.
O encontro foi dirigido pela Ministra da Justiça, Joana Rosa, e contou com a presença do Diretor Nacional da PJ (DNPJ), Manuel da Lomba, das chefias da Polícia Científica e de entidades com responsabilidades partilhadas, entre as quais o Diretor da Unidade de Informação Financeira (UIF), Daniel Monteiro, o Presidente Interino do Observatório do Tráfico de Pessoas, José Vaz, e elementos do Gabinete de Assessoria Jurídica da Ministra.
A reunião, que teve como objetivo definir estratégias de combate ao crime organizado transnacional, serviu para a titular da pasta da Justiça enaltecer o trabalho desenvolvido pela Polícia Judiciária, incentivando a instituição a manter o seu empenho.
“A criminalidade organizada não tem fronteiras. Vivemos num mundo global, com vulnerabilidades associadas à nossa zona marítima exclusiva, onde os desafios são enormes, como o combate ao tráfico de drogas, ao tráfico humano e à lavagem de capitais. Surge agora um novo desafio ligado às drogas sintéticas e à complexidade dos seus impactos, sobretudo na saúde da nossa juventude e nos danos que causa à própria democracia”, sublinhou Joana Rosa.
A Ministra destacou ainda a sua recente participação no encontro de Alto Nível em Acra, Gana, organizado pelos Países Baixos e pela Iniciativa Global, onde foi partilhada a experiência de Cabo Verde e aprofundado o conhecimento sobre a realidade das drogas sintéticas, em particular no contexto africano.
A Ministra considerou a reunião “um espaço privilegiado de partilha e discussão sobre práticas, desafios e mecanismos de combate ao tráfico de drogas, de seres humanos e à lavagem de capitais, sensibilizando as chefias para a importância de reforçar a investigação e a punição dos infratores, protegendo as pessoas”.
Realçou igualmente a necessidade de debater a suficiência dos meios disponíveis face a crimes emergentes como o cibercrime, onde “já se traficam drogas, armas e outros produtos ilícitos por via de encomendas postais”, defendendo o reforço dos mecanismos de prevenção nos Correios, Portos e Aeroportos, bem como medidas de controlo relacionadas com o tráfico de armas e a garantia de que apenas produtos lícitos são importados.
Joana Rosa enalteceu, ainda, o reforço de recursos humanos na instituição, com a contratação de 36 novos efetivos, o reequipamento das instalações e laboratórios e a participação na Assembleia Geral da Interpol, cuja célula em Cabo Verde permite maior alinhamento na deteção de novas criminalidades, na partilha de metodologias de combate e na aplicação de tecnologias avançadas.
Esta reunião reforça que o Ministério da Justiça mantém o foco na inovação e no fortalecimento dos mecanismos de combate à criminalidade, garantindo que Cabo Verde continue a avançar rumo a um sistema de justiça mais robusto e preparado para enfrentar os desafios decorrentes.



