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Novo Consulado Cabo-verdiano para breve em Bissau-Bissau

O Governo de Cabo Verde quer aumentar a sua presença e apoio junto à comunidade cabo-verdiana na Guiné Bissau e, para isto, declarou o Primeiro-Ministro José Maria Neves, que quer elevar a sua representação diplomática com um consul de carreira, “o quanto antes”, na capital deste país irmão onde reside uma importante Comunidade das nossas gentes. Entretanto, na segunda-feira, 28, o Primeiro-Ministro inaugurou o consulado honorário de Cabo Verde em Bisssau para suprir essa necessidade de uma diplomacia mais presente em Bissau.

Esta ideia foi manifestada pelo próprio Primeiro-Ministro, este fim-de semana, durante encontros que teve com as nossas comunidades em Bissau e Bafatá e que partiu do entendimento, após auscultar as necessidades dessas gentes, de que é preciso um contacto mais próximo e constante para melhor ajudar a resolver as dificuldades com que deparam no seu dia-a-dia.

A eliminação do excesso de burocracia e dificuldades com os processos de nacionalização das Comunidades é, a julgar pelas reuniões referidas, a maior reivindicação destes, sendo motivo de orgulho, para além de um direito de muitos.

Um consul de carreira em Bissau ajudará a identificar e resolver estes e outros problemas, sem contar que será fundamental para uma relação de maior proximidade, respondendo a uma reivindicação dessas pessoas que reclamam de maior atenção do Governo de Cabo Verde.

“Fico triste quando não podemos chegar a todos os cantos do mundo onde temos cabo verdianos”, afirma José Maria Neves que refuta a ideia de que a Comunidade em Bissau esteja “abandonada”, pelo seu  Governo. “Não há abandono, mas é preciso fazer muito mais”, reconhece, e afirma que esta visita permiti ficar “com uma visão mais clara dos desafios “que temos na Guiné-Bissau”, assegurando que vai haver mudanças no sentido de garantir maior apoio aos cabo-verdianos e seus descendentes em terras da Guiné.

Nisto, Neves promete avançar com um estudo sobre essa possibilidade que deverá ser implementada o quanto antes. Porém, enquanto isto não acontece o Executivo de José Maria Neves vai implementar nos próximos dias um consulado honorário.

No que concerne à aquisição de passaportes cabo-verdianos, tanto o Primeiro-Ministro quanto a Ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, que o acompanhou nas visitas às comunidades em Bissau e Bafatá  para estudar estes casos e identificar as melhores soluções, frisando que àqueles que consigam provar o seu direito à cidadania, este não lhes deverá ser negado.

Ainda ao responder aos anseios ouvidos nessas reuniões o Governo, na voz de José Maria Neves, quer garantir maior apoio no que se refere às pensões sociais e complementos de pensões, assim como já acontece em São Tomé e Princípe, onde mais de mil idosos cabo-verdianos já beneficiam deste importante auxílio.

Mais apoios, também, diz, a nível da formação superior e formação profissional para os filhos dos cabo-verdianos aqui na Guiné-Bissau, sendo que já há alguns jovens desta comunidade a estudar em instituições de ensino cabo-verdianas. Assim, o Governo irá analisar a possibilidade de garantir mais bolsas de estudo tanto para instuições de Ensino superior e formação profissional em Cabo Verde, como aqui na Guiné ou países vizinhos, como é o caso de alguns jovens de São Tomé que se encontram a estudar em Marrocos com bolsas do Governo de Cabo Verde.

O Governo irá, também, estudar a possibilidade de enviar professores do ensino básico aqui para apoiar a Guiné-Bissau, como acontece, também, em São Tomé e Príncipe. Uma palavra de apreço dirigido igualmente aos agricultores cabo-verdianos residentes na Guiné Bissau, onde José Maria Neves promete enviar uma equipa do Ministério da Agricultura, em parceria com o Ministério das Comunidades, para apoiar as suas actividades agrícolas.

A habitação condigna é outro desafio, entre outros, da Comunidade que o Governo espera ajudar a resolver, trazendo “parte da Operação esperança aqui”, programa esse que apoia na reabilitação de habitações dos mais carenciados.

A nossa diáspora é parte integral da visão deste Governo da Nação Global e, como tal, reforça a Ministra das Comunidades, merece toda a atenção do Governo.  Porém, frisa José Maria Neves, que apesar dos muitos avanços do país, ainda há muitos desafios para se vencer lá mesmo nas ilhas, pelo que o Governo não pode resolver todos os problemas “de uma só vez”.

“Temos é de trabalhar para dar respostas dentro dos limites do nosso orçamento, às reivindicações, aos anseios dos cabo-verdianos aqui na Guiné-Bissau”, conclui.

Enquanto não vem um cônsul de carreira, Cabo Verde tem, desde a segunda-feira um cônsul honorário, na pessoa de Salomé Gomes, esposa do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior, ela que é descendente de cabo-verdianos.