Notícias

PM apela a mudança de paradigma em África sobre papel da Cultura no Desenvolvimento

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, realçou neste fim-de-semana, a importância e necessidade de uma mudança de paradigma no continente africano em relação ao papel da Cultura, mas também da Educação e a Criatividade, na promoção do Desenvolvimento, “hoje, desafio maior do nosso Continente”. Neves realça ainda o enorme potencial criativo dos africanos que deve ser encarado com maior prioridade estratégica, para que se possa, através das diversas actividades ligados ao sector cultural.

O Chefe do Executivo falava durante a cerimónia de encerramento da reunião ministerial de alto nível sobre “Cultura, Educação, Criatividade e Empregabilidade dos Jovens”, que decorreu de 28 a 30 de Novembro, na Cidade da Praia, promovido pelo Ministério da Cultura e que contou com a participação de 10 ministros africanos, especialistas mundiais em cultura e economias criativas, jovens criadores e empresários nacionais e do continente.

 Na sua intervenção, José Maria Neves, sublinha o importante papel dos governos e líderes africanos na promoção da cultura como factor de desenvolvimento e gerador de emprego, sobretudo nas camadas jovens. “A África tem enormes talentos. É tudo isto que dever ser transformado em desenvolvimento. E é fundamental o forte engajamento dos homens que no dia-a-dia criam, mas é, sobretudo, fundamental o engajamento dos governos, das lideranças africanas, da sociedade civil africana, dos africanos e das africanas. Basta pôr toda esta capacidade de criar e de inovar ao serviço do desenvolvimento, ao serviço da África”. 

E acrescenta Neves: “É salutar e necessário que os nossos países cheguem a um acordo político sobre isso, para que através de acções possamos agregar valor aos nossos produtos e serviços, alargar e criar escala aos nossos mercados. Joseph Ki-Zerbo (célebre político, escritor e historiador da Burkina Faso -1922-2006) já dizia que a questão essencial do continente africano é agregar valor e aqui é também uma questão de atitude, uma questão cultural. A África deve retomar este seu percurso de desenvolvimento estribado nesta sua capacidade de criar e agora agregar valor a tudo o que faz”.

É nessa perspectiva que, diz o Primeiro-Ministro, “urge que tomemos medidas correctas e concertadas, a partir de uma estratégia convergente, em prol da capacitação técnica e profissional, bem como de fomento à criação de negócios e da capacidade empreendedora dos jovens em África.

Para isso, salienta, é necessário, “juntos, poder equacionar toda a Cadeia Integrada da Cultura, da Educação, da Ciência e da Criatividade, englobando todas as etapas da problemática, nomeadamente a formação, a criação, a produção, a distribuição, o acesso, a gestão de conhecimento e o alargamento do mercado”.

Igualmente presente no acto, o Ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação, António Correia e Silva destaca a importância da articulação entre a Ciência e a Cultura e a preocupação deste certame centrado na empregabilidade dos jovens africanos. “As ambições históricas, inclusive, as de desenvolver as nossas economias com base nas especificidades culturais que nos caracterizam não são realizáveis, sem nos apropriarmos do património universal que é a ciência”, afirma Correia e Silva, lembrando Amilcar Cabral que, enquanto pensador, insistiu nesta ideia de se aperfeiçoar o saber tradicional com o auxílio da ciência.

Leia ambos os discursos na íntegra nos links a seguir:

Discurso PM Economia Criativa em Africa

Discurso encontro Cultura Antonio CS