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PM elogia postura de jornalistas da RTC face à crise actual na empresa

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, elogiou, nesta quinta-feira, 11 de Outubro de 2012, a postura responsável dos funcionários da Rádio Televisão pública de Cabo Verde (RTC) face à situação de crise instalada na empresa com o incumprimento de pagamento salarial, facto que o Conselho de Administração da RTC, por sua vez, atribui ao incumprimento por parte da ELECTRA, no que concerne à transferência das taxas atribuidas à Rádio e Televisão públicas. Ademais, Neves avança que tem estado a decorrer, ainda antes dessa referida crise, uma auditoria externa para “avaliar a vida interna da empresa”.

 

Instado a comentar a situação entre os funcionários da RTC, o Conselho de Administração da Empresa, envolvendo incumprimentos no pagamento de salários e a ELECTRA que, alegadamente não vem efectuando as transferências mensais das taxas atribuídas à empresa pública de comunicação social, José Maria Neves entendeu enaltecer o que considerou de uma intervenção de “alto nível, com muita responsabilidade, com muita serenidade e com muita tranquilidade”, por parte, tanto dos funcionários da respectiva empresa, como dos líderes, das organizações representativas dos jornalistas (AJOC ). “Havendo problemas na empresa é assim mesmo que a AJOC e os sindicatos representativos dos trabalhadores devem agir“, salientou.

Entretanto, face a insistência dos jornalistas sobre a alegada recusa da ELECTRA em transferir os cerca de 4 mil contos mensais à RTC, como está estipulado na lei, e à luz de uma greve anunciada já, pelos funcionários da empresa, o Chefe do Governo entendeu não “comentar aspectos específicos da vida, nem da RTC, nem da ELECTRA”, pois, explica, “são duas empresas e penso que as empresas enquanto entidades autónomas, enquanto pessoas jurídicas têm responsabilidades e que as questões devem ser discutidas a esse nível de responsabilidade”.

Para José Maria Neves, sendo a RTC uma empresa e possuindo um Conselho de Administração, as conversações com o Governo terão de ser feitas com o referido Conselho e não é para ser discutida na comunicação social, ainda mais com jornalistas que são funcionários da empresa. “É por isso que eu tenho dito que a questão deve ser discutida com o Conselho de Administração. Quem discutirá com o Governo, designadamente com a tutela, é o Conselho de Administração. O Governo assumirá sempre todas as suas responsabilidades, mas terá de trabalhar com o Conselho de Administração, porque trata-se de uma empresa e não de um serviço directo do Estado”, explica.

Sobre a anunciada greve dos trabalhadores da RTC Neves entende ser normal e que “havendo dificuldades, havendo problemas, os organismos representativos devem reivindicar a satisfação dos seus direitos. Cabe à empresa procurar soluções, designadamente com o dono da empresa que é o Estado e com os seus principais parceiros, designadamente a ELECTRA”, conclui.

Por se tratar de um assunto muito discutido e susceptível de alguma polémica, transcrevemos, Aqui, a parte da entrevista feita hoje, à margem da Conferência final sobre o projecto Diáspora Contributo.