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Arlindo do Rosário toma posse como novo Embaixador de Cabo Verde na República Popular da China

O Governo ambiciona transformar Cabo Verde numa ponte de prestação de serviços, transações comerciais e financeiras e de relacionamento entre os continentes, culturas e civilizações, num corredor de paz, estabilidade, crescimento económico e competitividade, que se traduza em ganho substancial para o país e o mundo.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Doutor Rui Figueiredo Soares, conferiu posse, esta terça-feira, 8 de novembro, ao novo Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Cabo Verde na República Popular da China, Dr. Arlindo do Rosário.

Durante a sua intervenção, o Embaixador recém-empossado afirmou que assume o cargo com “abnegação”, e com consciência plena da tarefa que se impõe ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, neste momento de desafios e adversidades múltiplos. “Espero poder honrar o exemplo de todos aqueles que com o mesmo espírito que hoje me anima, serviram e continuam a servir esta Casa”, disse.

O Governo ambiciona transformar Cabo Verde numa ponte de prestação de serviços, transações comerciais e financeiras e de relacionamento entre os continentes, culturas e civilizações, num corredor de paz, estabilidade, crescimento económico e competitividade, que se traduza em ganho substancial para o país e o mundo. Nesse sentido, Arlindo do Rosário diz entender que é missão primordial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, contribuir para forjar uma imagem de Cabo Verde que continue a granjear o respeito e admiração internacionais que proporcionem ao nosso país o seu justo e legítimo lugar no concerto das nações.

“Creiam, pois, caros colegas, que é este o propósito a que me proponho, com a mesma exaltação com que desempenhei outros cargos do Estado”, vincou.

Por sua vez, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, que felicitou o empossado, desejando-lhe sucessos na nova missão, apresentou a Arlindo do Rosário algumas prioridades que deve levar em conta durante a sua missão na China, no sentido de reforçar as relações entre os dois países.

“No plano político global, terá a incumbência de reafirmar Cabo Verde como um país credível, confiável e atento aos princípios estruturantes desse relacionamento, como o apoio à política de uma só China, e o respeito pela integridade soberana e pela não ingerência nos assuntos internos de cada Estado; aprofundar o diálogo entre os Ministérios dos Negócios Estrangeiros de ambos os países, designadamente através do mecanismo de Consultas bilaterais concluído desde 2015.

Neste particular, deverá explorar como Cabo Verde pode beneficiar de três iniciativas chinesas importantes com reflexo na sua política externa – a iniciativa da Rota da Seda Marítima, a Iniciativa de Segurança Global (ISG) e a Iniciativa de Desenvolvimento Global (IDG); fomentar o diálogo descentralizado entre as cidades geminadas de China e de Cabo Verde; rever e ampliar os instrumentos jurídicos assinados tanto com a República Popular da China quanto com a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM); reforçar a regularidade do diálogo no plano multilateral, especialmente nas Nações Unidas, sobre questões relevantes para a paz Mundial, a resolução de conflitos, a luta contra o terrorismo e a criminalidade organizada, e em relação a outros temas globais, como as mudanças climáticas e as migrações”, sublinhou o Chefe da Diplomacia Cabo-verdiana.

Já no plano bilateral e multilateral de cooperação, o novo Embaixador de Cabo Verde na China deverá reforçar a cooperação bilateral visando o desenvolvimento económico, e social sustentável do país, bem como em outras áreas como a formação de quadros, a segurança e a cultura, na certeza de que a China entenderá e agirá em consequência, tanto do ponto de vista das necessidades específicas de Cabo Verde enquanto SIDS, como decorrentes da sua exposição ao choques externos que têm assolado o país, entre os quais a seca persistente, a COVID-19 e os impactos da guerra na Ucrânia.

Arlindo do Rosário deverá ainda assegurar uma participação efetiva e relevante de Cabo Verde, tanto nas instâncias de decisão como na elegibilidade e acesso aos instrumentos e programas de financiamento com origem no FOCAC (Fórum de Cooperação África China); dispensar, igualmente, uma atenção particular ao quadro específico do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) para o incremento das relações entre a China e o Países de língua portuguesa, ao seu funcionamento e viabilização de uma cooperação benéfica para todos os países participantes.

No que se refere ao plano económico e empresarial, os objetivos prioritários serão: operacionalizar a Comissão Conjunta de Cooperação Económico- -Comercial e Técnica, como sede de diálogo, visando analisar as oportunidades e densificar o investimento económico e empresarial chinês em Cabo Verde, incluindo através da diáspora chinesa presente no país; acompanhar e estar atento à evolução do projeto da Zona Económica Especial de Mindelo em São Vicente (ZEEM–SV), cuja implementação marcará uma mudança significativa no relacionamento económico com a China, a par de outras áreas em desenvolvimento nos setores das tecnologias, da energia, das alfândegas e de outras áreas potenciais em exploração; mobilizar mais investimentos, através dos instrumentos do Eximbank da China e analisar a possibilidade de adesão e ou benefício por Cabo Verde, no quadro dos novos instrumentos financeiros criados pela China como o Banco Asiático de Investimento e Infraestruturas (AIIB) ou o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) no quadro dos BRICS.