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“Se existe uma questão nacional é a construção da Língua Cabo-verdiana” – MCIC, Abraão Vicente

Estas foram algumas das posições defendidas pelo Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, durante a conferência "Aprendizaji di lingua kabuverdianu i padronizason di skrita", organizada pelo Instituto do Património Cultural (IPC), alusiva ao Dia Internacional da Língua Materna, que se celebra a 21 de fevereiro.

O reconhecimento e a valorização da Língua Cabo-verdiana (LCV) é um desígnio de todos os cidadãos destes 10 grãozinhos de terra do Atlântico. A discussão para a cabal oficialização da nossa língua acontece há muitos anos. Neste momento é necessário dar um outro passo. A tomada de decisão política para a inscrição da LCV como língua oficial de Cabo Verde.

Estas foram algumas das posições defendidas pelo Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, durante a conferência “Aprendizaji di lingua kabuverdianu i padronizason di skrita”, organizada pelo Instituto do Património Cultural (IPC), alusiva ao Dia Internacional da Língua Materna, que se celebra a 21 de fevereiro.

“Se existe uma questão nacional é a construção da Língua Cabo-verdiana”, defendeu o governante.

Aliás, o Governo da IX Legislatura, liderada pelo Primeiro-ministro, José Ulisses Correia e Silva, tem trabalhado no maior reconhecimento da Língua Cabo-verdiana. A elevação da LCV a Património Cultural Imaterial Nacional, feita em 2018, a elevação da Morna a Património Cultural Imaterial da Humanidade, foram dois ganhos para o país e que sacrilizam a importância desta língua construída ao longo dos anos.

“A elevação da Língua Cabo-verdiana a categoria de Património Cultural Imaterial Nacional é prova de que o Governo está empenhado a dar todos os passos para que esta seja reconhecida tanto a nível nacional como universal”, disse o titular da pasta da cultura e das indústrias criativas.

“A sua classificação a Língua como Património Nacional foi determinante, também, para o reconhecimento da Morna como Património da Humanidade. Isto porque a comunidade internacional viu que a língua suporte da morna é reconhecida pelos falantes como um património”.

Com esses ganhos e esses passos já conseguidos, é necessário, agora, a assumpção política para a oficialização da LCV. “Cabo Verde, os atores políticos e todos os cidadãos cabo-verdianos devem assumir como desígnio nacional o reconhecimento da sua língua materna e a mudança do artigo 9.º da Constituição da República”.

O artigo 9° diz que, no número 1 que “é língua oficial o Português. Já no número 2 acrescenta que “o Estado promove as condições para a oficialização da língua materna cabo-verdiana, em paridade com a língua portuguesa”, concluindo no número 3 que “todos os cidadãos nacionais têm o dever de conhecer as línguas oficiais e o direito de usá-las”.

Cabo Verde já tem condições para dar esse passo. “O que irá custar é o trabalho na padronização da Língua. Entretanto, os investigadores e os cientistas da língua têm estado a percorrer um caminho necessário para que tenha uma decisão, com estudos, publicações, indicações científicas para a sua cabal valorização e reconhecimento”.

A conferência, presencial e online, contou com a participação, também, de personalidades ligadas ao ensino da LCV dos Estados Unidos da América, Portugal e França.