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“A nossa principal preocupação, neste momento, é com a criação de projetos financiados pelos parceiros internacionais que nos permita fazer a exploração subaquática” – MCIC, Abraão Vicente

Entretanto, o Instituto do Património Cultural (IPC) vem recebendo, recentemente, denúncias dos vários parceiros que um grupo de mergulhadores estrangeiros estão, de forma ilegal e sem autorização do Estado de Cabo Verde, a pilhar e a roubar bens com valor patrimonial que se encontra no fundo do mar da ilha do Maio.

Cabo Verde continua os seus esforços para a preservação do seu património cultural subaquático. Em 2019, o país ratificou a Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Subaquático de 2001 e tem em curso o processo de ratificação da Convenção Contra o tráfico Ilícito dos Bens Culturais da UNESCO.
Entretanto, o Instituto do Património Cultural (IPC) vem recebendo, recentemente, denúncias dos vários parceiros que um grupo de mergulhadores estrangeiros estão, de forma ilegal e sem autorização do Estado de Cabo Verde, a pilhar e a roubar bens com valor patrimonial que se encontra no fundo do mar da ilha do Maio.
O instituto já efetivou uma denúncia e solicitou a colaboração e atuação de autoridades nacionais, nomeadamente a Polícia Marítima, a Guarda Costeira e a própria Polícia Judiciária, no sentido de haver uma atuação mais célere possível, para evitar a destruição e pilhagem do Património Subaquático da República de Cabo Verde.
Com estas últimas denúncias, o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas e presidente da Comissão Nacional de Cabo Verde para Unesco (CNU), Abraão Vicente, que se encontra em Paris, França, a participar da 41ª Conferência Geral da UNESCO, solicitou um pedido de apoio técnico para consolidar o mapeamento dos naufrágios em Cabo Verde.
“Cabo Verde neste momento não tem todas as condições financeiras para fazer o mapeamento. A nossa principal preocupação, neste momento, é com a criação de projetos financiados pelos parceiros internacionais que nos permita fazer a exploração subaquática. Ou seja, muito mais do que fazer alerta para que todos estejam atentos para que ninguém roube, queremos extrair os artefactos do fundo do mar para pesquisas, catalogação e, ainda, enriquecer o nosso espólio museológico”.
Um argumento que sensibilizou a UNESCO uma vez que a principal preocupação dos países africanos tem sido a pilhagem e o comércio ilegal de artefactos culturais deste continente. “Não só as típicas máscaras, mas muitos dos tesouros extraviados e levados para países que eram colonos. Hoje, a principal preocupação é não só o comércio ilegal dos artefactos, como também a sua devolução”