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Cabo Verde está empenhado em reforçar a sua integração no espaço da CEDEAO a nível da segurança

Devido à localização de Cabo Verde “não estamos imunes aos impactos globalizantes da insegurança, por isso, estamos a desenvolver alianças com espaços e regiões para reforçar a articulação e a eficácia de políticas de segurança, aplicando a velha máxima de agir localmente e pensar global, sendo esta mesa redonda o exemplo disso.”

O Ministro de Estado, Fernando Elísio Freire, disse ontem na Praia que “as migrações e os crimes transnacionais exigem uma, cada vez mais estreita, colaboração e cooperação entre os serviços de segurança” e Cabo Verde está empenhado em reforçar a sua integração no espaço da CEDEAO, a nível da segurança.

A afirmação foi feita no ato de encerramento da Mesa Redonda dos Conselheiros de Segurança Nacional da África Ocidental que decorreu de 21 a 22 de novembro, na capital cabo-verdiana, e que serviu para avaliar desafios e oportunidades de segurança para a região, desenvolver um entendimento comum e compartilhada de ameaças comuns à segurança; os mecanismos de resposta a essas ameaças emergentes, entre outros.

De acordo com Fernando Elísio Freire, o Governo defende uma integração que respeite o fato de Cabo Verde ser o único país arquipelágico da região, com “a nossa especialidade e proporcionalidade”.

Devido à localização de Cabo Verde “não estamos imunes aos impactos globalizantes da insegurança, por isso, estamos a desenvolver alianças com espaços e regiões para reforçar a articulação e a eficácia de políticas de segurança, aplicando a velha máxima de agir localmente e pensar global, sendo esta mesa redonda o exemplo disso.” 

Nesta linha, o arquipélago está empenhado numa integração regional crescente, baseado no conhecimento mútuo dos desafios e oportunidades que os países da região enfrentam enquanto sub-região, à procura de identificar todos os elementos que possam traduzir em mais segurança, um maior nível de proteção e, dessa forma, num efetivo desenvolvimento de cada um dos países.

Outro reforço com a nossa região, mencionado pelo Ministro, tem a ver com a articulação e cooperação a nível de uma Proteção civil eficaz, tendo em conta que Cabo Verde é um país arquipelágico, com um vulcão ativo e uma história de erupções, na linha da trajetória de furacões e tempestades, sendo crucial dispor de um sistema de proteção civil adequado, articulado, integrado, eficiente e eficaz.

Segundo o Ministro, o Governo encara a segurança como um elemento chave para atingirmos os quatro objetivos estruturantes: (1) fazer de Cabo Verde uma economia de circulação no Atlântico Médio; (2) garantir a sustentabilidade económica e ambiental; (3) assegurar a inclusão social e a redução das desigualdades e assimetrias; (4) reforçar a soberania, valorizando a democracia e orientando a diplomacia para os desafios do desenvolvimento do País.

“O nosso objetivo a nível de segurança é oferecer aos residentes um padrão de segurança aceitável e de tornar Cabo Verde um país com bom nível de segurança para o turismo, enquanto principal eixo da atividade económica”, salientou o governante.

Referiu, assim, que nos últimos anos já foram reforçados a securização das fronteiras aéreas, documental e do espaço marítimo e aumentadas, a nível da ordem pública, a capacidade de proteção da integridade física, da propriedade, do património e das empresas.

Mas, “por estarmos num espaço partilhado também queremos uma segurança partilhada, e para isso estamos a intensificar a participação em sistemas internacionais de combate aos tráficos internacionais de droga, de armas e seres humanos, e a promover a Intervenção supranacional e cooperação crescente no plano internacional”, realçou.

Neste sentido, Fernando Elísio Freire dirigiu-se aos Conselheiros de Segurança nacional da CEDEAO dizendo que contem com Cabo Verde, para juntos construirmos um novo paradigma e nova governança do combate ao crime e da segurança, na reavaliação global e rigorosa do sistema securitário em vigor.