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COVID-19: É essencial que projectos se realizem, sobretudo os prioritários, diz DG Tesouro

Apesar das previsões pessimistas em relação ao desempenho da economia nacional e ao endividamento do país, os grandes projetos precisam ser materializados para garantir a sustentabilidade económica e a geração de rendimentos às empresas e trabalhadores.

Para o Diretor-geral do Tesouro, este cenário de crise obriga as instituições públicas que intervêm diretamente no setor económico a reavaliar o rumo das políticas que estavam em implementação.
 
Apesar das previsões pessimistas em relação ao desempenho da economia nacional e ao endividamento do país, os grandes projetos precisam ser materializados para garantir a sustentabilidade económica e a geração de rendimentos às empresas e trabalhadores.

No início da semana, a agência de notação financeira Fitch previa que o Produto Interno Bruto, ou seja, a soma de todos os bens e serviços produzidos em 2020 vá diminuir cerca de 14 porcento. O turismo não funciona, a economia perdeu dinamismo, há menos consumo e circulação de dinheiro para a maior parte dos operadores económicos.


“Este cenário obriga as instituições públicas que intervêm diretamente no setor económico a reavaliar o rumo das políticas que estavam em implementação, diz o Diretor Geral do Tesouro”, Hernâni Trigueiros.


“A Direcção Nacional do Planeamento, através do seu serviço de acompanhamento macroeconómico, a Direcção Nacional do Orçamento e a própria Direcção do Tesouro e a Direcção das Receitas do Estado, o que nós temos de fazer é conseguir calcular o rumo em que os gastos sejam os mais controlados possíveis, as receitas sejam as melhores que nós consigamos arrecadar e a dívida tenha, de facto, que cobrir qual for o gap que daí resultar”.
 
Se, até ao primeiro trimestre, a economia crescia acima dos 6%, hoje a receita já não funciona. O Estado precisa se endividar ainda mais para enfrentar os efeitos negativos da pandemia. Por isso, a agência financeira FITCH prevê que a dívida pública deverá chegar aos 154 porcento do PIB até ao final do ano.

“Nós teremos de ter capacidade de evitar a perda de rendimentos, evitar o despedimento, manter empresas funcionais, ter uma economia funcional. Isto é essencial para que o país tenha estabilidade e para que o país possa operar dentro de um quadro de normalidade. Obviamente que agora nós vamos ter é menos condições do que vínhamos tendo até agora, do ponto de vista económico e do ponto de vista de disponibilidades”.


E, para conseguir este objetivo, o Governo vai avançar com a implementação dos grandes projetos para dinamizar a economia e garantir rendimento às empresas e trabalhadores, até para poder, depois, cobrar impostos.


“Nesta altura é essencial que projectos se realizem, sobretudo os projectos prioritários. Tem de haver incentivo ao crescimento económico, isto é importantíssimo. Nós ouvimos ontem o senhor Presidente da República a falar sobre a autorização que o Governo terá para decidir que serviços poderão vir a ser reabertos e falou, especificamente, da construção civil, que terá de ser retomado para projectos prioritários. Isto é essencial.”


Mesmo com as previsões pessimistas, Hernâni Trigueiros garante que o rumo será reajustado para garantir a sustentabilidade da economia e evitar o colapso.
 
In RCV