O Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia, anunciou esta terça-feira, 3 de junho, que o Fundo Morabeza deverá ser apresentado ainda durante o mês de junho.
Em entrevista à RCV, após o seu regresso dos encontros anuais do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que decorreu de 26 a 30 de maio, em Abidjan, Costa do Marfim, Olavo Correia explicou que o Fundo Morabeza é um projeto aprovado no âmbito do Compacto Lusófono.
“O Fundo Morabeza é um fundo de 24 milhões de dólares americanos que negociámos com o BAD para apoiar startups de base tecnológica no desenvolvimento, teste e comercialização de soluções inovadoras, tanto para o mercado cabo-verdiano como para o mercado global”, afirmou o governante.
Segundo o ministro, o fundo será operacionalizado através de várias modalidades, incluindo apoios a fundo perdido, créditos concessionais e capital de risco, com o objetivo de garantir suporte financeiro às startups tecnológicas para que possam projetar, desenvolver e testar soluções em Cabo Verde, comercializá-las localmente e, posteriormente, expandir-se para o mercado africano.
“Uma parte deste fundo é também financiada pelo Governo de Cabo Verde, como contrapartida nacional, e está inteiramente direcionada para apoiar jovens e mulheres empreendedoras, sobretudo através de startups de base tecnológica. Além disso, visa reforçar todo o ecossistema de inovação, de modo a atrair mais nómadas digitais e criar soluções tecnológicas aplicáveis à governação e à economia, tendo Cabo Verde como mercado-teste, com foco na expansão para o mercado continental africano”, sublinhou Olavo Correia.
O governante destacou ainda que o Fundo Morabeza tem um propósito distinto do Banco Jovem e Mulher, criado para apoiar micro e pequenos empresários e negócios. Este banco visa eliminar as barreiras associadas às garantias tradicionais, permitindo que jovens com formação e talento acedam rapidamente a financiamento, sem burocracias que muitas vezes comprometem a concretização de ideias inovadoras e a criação de emprego.
“O Fundo Morabeza destina-se a um segmento mais avançado — empresas com capacidade de entrar com força no mercado cabo-verdiano, mas sobretudo com ambição de alcançar o mercado africano e global”, concluiu o Vice-Primeiro-Ministro.