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Jardim Botânico de Cabo Verde distinguido em Portugal com prémio internacional

À margem da cerimónia de atribuição dos prémios, Ângela Moreno, Presidente do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário de Cabo Verde (INIDA), referiu que “o desafio grande que tem sido manter o Jardim, desde a sua criação, em 1986. Mesmo aquando da sua instalação, considerou-se que seria um sonho, num país tão árido. Desde o início, contou sempre com uma equipa dedicada que ali trabalha com amor”, disse.

No âmbito do Prémio Internacional Terras sem Sombra, atribuído anualmente a personalidades e projetos que se evidenciam pelo seu mérito, o Jardim Botânico Grandvaux Barbosa, situado em S. Jorge dos Órgãos, na ilha de Santiago, foi distinguido no passado sábado, numa cerimónia decorrida em Portugal.

A vila de Campo Maior, no Alentejo, acolheu no passado fim-de- semana, a sessão de atribuição da 9.ª edição do Prémio Internacional Terras sem Sombra, cerimónia na qual o Jardim Botânico de Cabo Verde (Biodiversidade), a par da intérprete de Flamenco, Carmen Linares (Música) e do arquiteto João de Almeida (Património) foram os distinguidos.

Ao receber os elogios pelo trabalho empreendido em torno do Jardim Botânico Grandvaux Barbosa, criado em 1986, o Embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Correia Monteiro, subiu ao palco do Centro Cultural de Campo Maior para agradecer a distinção atribuída pelo Prémio Internacional Terras sem Sombra, àquela valência, tendo o diplomata sublinhando a “tarefa árdua de fazer vingar no clima árido do arquipélago, num solo rochoso e despido, um Jardim que é para a população um motivo de orgulho, para a comunidade científica um estímulo e para os visitantes uma surpresa”.

À margem da cerimónia de atribuição dos prémios, Ângela Moreno, Presidente do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário de Cabo Verde (INIDA), referiu que “o desafio grande que tem sido manter o Jardim, desde a sua criação, em 1986. Mesmo aquando da sua instalação, considerou-se que seria um sonho, num país tão árido. Desde o início, contou sempre com uma equipa dedicada que ali trabalha com amor”, disse.

Sobre o património natural, apontou a responsável que “as plantas existentes no Jardim, muitas delas endémicas, estão identificadas e cuidadas. Uma grande riqueza para Cabo Verde”.

A propósito do futuro, Ângela Moreno referiu-se a um projecto de 22 mil contos para ampliar o Jardim – que conta atualmente com 10 mil metros quadrados -, e fazer dele um espaço de ecoturismo de excelência. Estamos a construir um centro interpretativo para que os turistas conheçam aquilo que vão encontrar no terreno”.

Acrescente-se que o Jardim Botânico de Cabo Verde, com mais de 60 espécies, nasceu da ideia de um cooperante português, o biólogo Gilberto Cardoso de Matos, que lecionou a disciplina de Biodiversidade na Escola Superior de Educação de Cabo Verde. Um jardim com a missão de obter e aclimatizar uma coleção de plantas endémicas e outras do território, para fins científicos e de visitação.

Ainda sobre a cerimónia de atribuição do Prémio Internacional Terras sem Sombra, refira-se que reuniu mais de uma centena de convidados, assim como representantes da autarquia campomaiorense, da organização do Festival e dos restantes premiados.

De caráter itinerante, o Festival Terras sem Sombra coloca a tónica na  descentralização  cultural,  na  formação  de  novos  públicos  e  na  projeção  do Alentejo  enquanto  destino  privilegiado  de  arte  e  natureza,  ao  mesmo  tempo  que assume  a  vocação  ibérica  e  exalta  a  cooperação  transfronteiriça.