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Privatização da ENAPOR deve acontecer nos próximos meses

José Maria Neves, acredita que estão a ser criadas as condições para que se possa então proceder à privatização da ENAPOR, condições essas que têm a ver com a criação do Instituto Marítimo e Portuário para a regulação no sector, que já é realidade.

Têm a ver também com a consolidação da ENAPOR, sendo que era necessário proceder à modernização e melhor adequação de toda a infra-estrutura aeroportuária e, no momento, está a decorrer um pacote de investimentos de mais de 300 milhões de euros em todos os portos do país. Até para aumentar a rentabilidade e atractividade da ENAPOR ao investimento privado. "Nos próximos meses estaremos a lançar os concursos para isso" .

De destacar ainda, no caso de São Vicente, as negociações já iniciadas com potenciais parceiros para a construção, em breve, do porto de águas profundas, sendo que alguns já estão identificados, caso do Banco de Desenvolvimento Africano.

Com a conclusão desta etapa, o Governo poderá então arrancar para a privatização da empresa de gestão portuária. Ainda na quarta-feira, José Maria Neves foi conferir de perto, também, a evolução da CABNAVE que "pela primeira vez" em 15 anos, segundo o próprio gestor da empresa de reparação naval, registou resultados positivos, indicando que o pior já passou em relação ao futuro da mesma.

Futuro esse que parece ser risonho, de acordo com as perspectivas em relação à CABNAVE. Neves recorda que o Governo está em negociações com a China para transformar a empresa numa plataforma de apoio à reparação da frota pesqueira chinesa que opera nessa região, o que abre excelentes perspectivas para toda a actividade económica na ilha, aliás como reconhecem os próprios empresários e homens de negócios locais que se mostram bastante entusiasmados. Aliás, já se pode sentir a presença dos chineses que cada vez passam aqui em maior número, não só para reparação, mas também para transbordo de produtos de pescado.

A privatização da CABNAVE depende, então da conclusão dessas negociações, diz o Primeiro-Ministro, para garantir, não só, o desenvolvimento futuro desta empresa e toda a actividade de reparação naval em São Vicente, mas para "acautelar", também, o futuro do pessoal "que tem se formado e trabalhado aqui na CABNAVE", afirma. Se tudo correr bem, dentro de três meses serão concluídas as negociações para a privatização da CABNAVE e expansão das actividades de reparação naval.

Pescas

No que tem a ver com o sector das pescas, concretamente, também está-se em negociações com o Governo espanhol para a instalação de melhores e mais modernas instalações de frio aqui em São Vicente para apoiar a frota pesqueira espanhola, mas também local e de outras paragens que transitam pelas águas cabo-verdianas.

O funcionamento, ou melhor, a actual paralisação do complexo de frio da Cova de Inglesa também mereceu o esclarecimento do Governo que explicou da necessidade de se suspender o seu funcionamento para a reparação daquela infra-estrutura que se encontrava num estado avanço de deterioração.

A conclusão dessas obras de reparo estão previstos para um mês, ou pelo menos é o que diz o contrato com a construtora. Todavia prevê-se algumas dificuldades na chegada dos materiais necessários para a sua conclusão, o que pode atrasar as coisas.

Contudo, explica Neves, não era possível continuar a adiar essa medida, sob pena do país vir a ser alvo de mais um embargo, pela União Europeia, ao pescado nacional, como chegou a acontecer em 1999. "Estamos a agir na prevenção", conclui.

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