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Cabo Verde e São Tomé e Príncipe lançam cooperação para eliminação do Paludismo

No dizer do Ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe estão fortemente unidos por laços históricos, culturais e de sangue, laços esses que vêm sendo reforçados nos diferentes setores, sejam eles diplomáticos, sociais e económicos, através de uma forte cooperação bilateral, mas também a nível da CPLP.

O evento que teve lugar na passada sexta-feira, 01 de julho, em formato hibrido, os Ministros da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, e de S. Tomé e Príncipe, Filomena Monteiro, lançaram as bases para uma cooperação que visa a partilha de experiências na luta para eliminação do paludismo nos dois territórios. O ato foi presenciado pela Ministra da Saúde de Portugal, Marta Temido.

No dizer do Ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe estão fortemente unidos por laços históricos, culturais e de sangue, laços esses que vêm sendo reforçados nos diferentes setores, sejam eles diplomáticos, sociais e económicos, através de uma forte cooperação bilateral, mas também a nível da CPLP.

“Cabo Verde e São Tome e Príncipe têm muito a partilhar e aprender um com o outro”, disse, considerando que como pequenos estados insulares e arquipelágicos, com economias fortemente baseadas no turismo, a segurança sanitária é sem duvida um fator primordial para o desenvolvimento económico. Por isso, acrescentou que existem desafios comuns e um deles é a eliminação do paludismo e de outras doenças de transmissão vetorial.

“Como sabem, houve já em Cabo Verde, dois períodos em que foi possível a eliminação da doença, de 1967 a 1972 e de 1983 a 1985. No entanto, e por motivos vários, estas interrupções foram seguidas por novas epidemias, sendo a última em 2017, e com quase a totalidade dos casos concentrados na cidade da Praia, capital do país. Após esta última epidemia, ganhos significativos têm sido alcançados nessa matéria, e desde fevereiro de 2018, como aqui referido, o país não regista casos locais, cumprindo assim os requisitos da eliminação”, sublinhou.

O Ministro Arlindo do Rosário atribui estes ganhos a conjugação dos vários fatores realçando, no entanto, o apoio que Cabo Verde vem recebendo, seja do ponto de vista, da assistência técnica, como financeira, fruto de uma forte parceria através da cooperação bilateral e multilateral, através do Fundo Global, das Nações Unidas, da OMS, da Roll Back Malaria e da OOAS.

Esta ação de cooperação lançada visa reforçar as intervenções e a troca de experiências e conhecimento entre os países, uma iniciativa do Fundo Global para o VIH, Tuberculose e Paludismo, com o objetivo de apoiar STP no reforço das boas práticas de luta contra o paludismo implementadas em Cabo Verde, e melhoria das intervenções rumo à eliminação do paludismo em São Tomé e Príncipe até 2025.

O paludismo continua a ser um importante problema de saúde pública nível mundial, com maior incidência nos países africanos. Dos cerca de 241 milhões de casos reportados em 2020, em 85 países e territórios, seis países africanos representaram cerca de 55% de todos os casos globalmente, sendo eles, Nigéria (27%), República Democrática do Congo (12%), Uganda (5%), Moçambique (4%), Angola (3,4%) e Burkina Faso (3,4%).

Na situação inversa encontram dois países africanos, membros da E2025, uma iniciativa da OMS para países comprometidos a eliminar o paludismo até 2025. Sendo eles, i) Cabo Verde (CV), com 4 anos seguidos de zero casos locais, estando de momento na fase de preparação da certificação da eliminação junto da OMS, com a meta de ser certificado em 2023, e ii) São Tomé e Príncipe (STP), na fase de Pré-Eliminação, com alguma variação de casos anual de número de casos.