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Cabo Verde premiado pela OMS pelo bom desempenho no processo da eliminação do Paludismo

Segundo avançou, há 5 anos e 1 mês que Cabo Verde não regista nenhum caso autóctone de paludismo e só tem registado casos importados sendo que em 2021 foram 27 casos e em 2022 registou-se 22 casos importados.

A distinção aconteceu no último dia 26 de janeiro, na cidade de Cape Town, na África do Sul, durante o 4º Fórum Global de Países em vias de Eliminação da Malária, que aconteceu de 24 a 26 de janeiro de 2023. Cabo Verde esteve representado pelo Coordenador Nacional do Programa de Luta contra o Paludismo, António Moreira, que recebeu em nome do país, o Prémio simbolizado num certificado de mérito em reconhecimento da realização de marcos importantes para a eliminação da Malária, através do bom desempenho e ótimos resultados alcançados durante os últimos 5 anos consecutivos, com zero casos autóctones de paludismo.

Nesta tarde, em Conferência de Imprensa, o Coordenador do Programa de Luta Contra o Paludismo da Direção Nacional de Saúde, António Moreira, classificou esta distinção como sendo um marco importante para todos os Cabo-verdianos, na medida em que isso representa um reconhecimento pelo esforço que o país tem feito para alcançar a eliminação do paludismo, mas também constitui um grande desafio para a consolidação dos ganhos e evitar reintrodução de casos.

Segundo avançou, há 5 anos e 1 mês que Cabo Verde não regista nenhum caso autóctone de paludismo e só tem registado casos importados sendo que em 2021 foram 27 casos e em 2022 registou-se 22 casos importados.

Disse que, como se sabe, por duas vezes o país tentou chegar à eliminação do paludismo, designadamente nas décadas de 60 e 70 e que por alguma razão não foi possível.  Sabe-se também que Cabo Verde já registou algumas epidemias ligadas aos vetores, nomeadamente em 2009, a epidemia da dengue, em 2015, a epidemia da Zika e em 2017 a epidemia do paludismo que reportou 423 casos locais, na altura.

Na sequência desta última epidemia do paludismo, a partir de 02 de janeiro de 2018 que o país deixou de ter casos locais do paludismo e devido a este progresso, o país solicitou à OMS a certificação da eliminação da Malária.

Para Moreira, desta data até então houve um grande progresso com o envolvimento de vários parceiros, pois a eliminação do paludismo é um desígnio nacional e como já houve no passado a eliminação de outras doenças, considera que estamos num bom caminho rumo a obtenção do certificado de eliminação.

Considerou, no entanto, que o país é vulnerável e recetivo a doença porque existe o mosquito, as condições favoráveis para a sua proliferação, e que a situação geográfica de Cabo Verde favorece, pois, fica perto de outros países endémicos do continente africano.

“Tudo isso é um ganho enorme e um desafio porque o trabalho deve ser maior agora para evitar que haja a reintrodução de casos e estabelecimento novamente do paludismo no país”, Salientou.

O coordenador do Programa afirmou que Cabo Verde faz parte dos países classificados de E25, ou seja, os que poderão chegar à eliminação até 2025, mas assegurou que o Ministério da Saúde está a fazer um esforço enorme juntamente com os seus parceiros internacionais e nacionais para chegar a certificação até o final deste ano de 2023.

Esta é a segunda premiação que o país recebe do Programa Global do Paludismo da Organização Mundial da Saúde, como um dos países do mundo que tem feito grandes progressos para a eliminação da malária, sendo que a primeira aconteceu, em junho de 2019, na China, durante o Terceiro fórum global anual da malária nos países em via de eliminação do Paludismo, por ter conseguido o marco de 12 meses com zero casos autóctones de paludismo.

De recordar que Cabo Verde está em processo de eliminação da transmissão autóctones do paludismo, cuja certificação pela OMS está prevista a acontecer ainda este ano, sendo que já foram cumpridos todos os requisitos das fases anteriores.