Notícias

Evacuações para o exterior por doenças oncológicas diminuíram 30%

Ao fazer a abertura do Workshop alusivo ao Dia Mundial de Luta contra o cancro realizado hoje, 06 de fevereiro, o Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Saúde, Evandro Monteiro, traçou um balanço sobre a situação do cancro em Cabo Verde.

Ao fazer a abertura do Workshop alusivo ao Dia Mundial de Luta contra o cancro realizado hoje, 06 de fevereiro, o Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Saúde, Evandro Monteiro, traçou um balanço sobre a situação do cancro em Cabo Verde.

Segundo frisou, “a situação, do ponto de vista de novos casos e do reforço das habilidades para o diagnóstico, tratamento e seguimento, tem tido melhorias significativas no sector, embora os números são ainda importantes, pois, em Cabo Verde regista-se uma média de uma morte diária por cancro e onde os cancros mais prevalentes nos homens são o da próstata e nas mulheres o do colo uterino e da mama.”

Evandro Monteiro disse ainda que o global da mortalidade se encontra o redor dos 360 casos anuais e, falando da evacuação de pacientes para o exterior, avançou que o país tem trabalhado e nos últimos anos se conseguiu diminuir as evacuações por doenças oncológicas em cerca de 30%, o que representa um passo significativo, graças aos investimentos que o Governo tem vindo a realizar, nomeadamente com a criação do serviço de quimioterapia e na introdução do tratamento hormonal para o cancro da mama, entre outras medidas.

O Dia Mundial de luta Contra o Cancro que se assinala este ano com o lema “Por Cuidados Mais Justos” chama atenção dos governos para a questão de garantir a equidade no acesso aos cuidados relacionados com o cancro, tendo o Secretário de Estado avançado, neste particular, que “Cabo Verde e o SNS ao longo dos anos, não tem poupado esforços para responder a estes desafios, uma vez que o próprio plano de desenvolvimento sanitário, estratégico nas respostas e na perspetiva das orientações e visões que possam garantir um acesso qualitativo e equitativa a todos os Cabo-verdianos.

Assim, elencou que o Ministério da Saúde tem criado nas estruturas hospitalares regionais e centrais, capacidades quer no diagnóstico e associado à investigação e tratamento, como de exames citológicos, mamografias, tomografias, colonoscopia, sangue oculto, PSA, biópsia prostática nos HC, diferenciando o diagnóstico nos laboratórios modernos em biologia molecular no HAN, Investimentos nas abordagens cirúrgicas de maior nível técnico, como a prostatectomia radical, cirurgias mamárias, digestivas; bem como a instalação de serviço de oncologia médica no maior hospital do país e em andamento no HBS, assim como de anatomia patológica, possibilitando também o reforço em sinergia técnica entre os profissionais para com as estruturas mais periféricas, quer presencial, como virtual.

Disse ainda que houve a introdução de novos medicamentos hormonais para o tratamento do cancro da mama, modernização do centro de quimioterapia, aumento da capacidade no seguimento domiciliar, institucionalização e reforço dos cuidados paliativos, bem como implementação de medidas preventivas e promocionais com impacto profundo como a introdução da Vacina HPV e contra a Hepatite B, conforme as melhores práticas internacionais e diretrizes dos ODS.

Para Evandro Monteiro, isto é sinal muito positivo e são ganhos determinantes para o país, sublinhando, não obstante, que as autoridades sanitárias também tem a consciência que enormes desafios estão ainda por enfrentar, nomeadamente no reforço técnico e qualitativo nas novas abordagens e diagnósticos atempados e cada vez mais precisos, no adequar consequente dos recursos humanos, económicos e organizacionais, a necessidade de se ter um serviço de radioterapia, de um programa nacional de cuidados paliativos, tendo em conta os novos casos e a dinâmica crescente.

Mas também na própria capacidade de digitalização e integração das informações como o registo oncológico de base populacional, no reforço das pesquisas científicas mais abrangentes e de base comunitária e, acima de tudo, no implementar de políticas públicas de saúde cada vez mais e progressivamente adaptativas, com impacto direto na qualidade de vida e na sobrevivência dos Cabo-verdianos, ou seja, no garantir continuado de todos os direitos a este consagrados.

O ato central alusivo ao Dia Mundial de Luta Contra o cancro 2023 teve lugar na manhã desta segunda-feira, 06 de fevereiro, na capital do país, sobre o escrutínio ativo de profissionais de saúde e da sociedade civil, para passarem em revista os programas e projetos desenvolvidos e em curso bem como propor novas recomendações para a abordagem a esta problemática que é a luta contra o cancro.

Estavam ainda representados neste ato, a Organização Mundial da Saúde, a UNICEF, UNFPA e PNUD, a Fundação Calouste Gulbenkian entre outros parceiros.