A Iª Reunião de Telemedicina e Telessaúde da CPLP/ Saúde digital em língua portuguesa, iniciou, hoje, 12, na Cidade Praia, tendo como objetivo conhecer os programas de telessaúde dos vários países e a elaboração conjunta de um plano de trabalho para o “Roteiro Estratégico de Implantação da Telessaúde nos Países de Língua Portuguesa”, aprovado na Reunião Técnica PECS-CPLP em março de 2016. A iniciativa é do Ministério da Saúde e Segurança Social de Cabo Verde, em parceria com o Ministério de Saúde do Brasil.
Na sua intervenção durante a cerimónia de abertura,a Diretora Nacional de Saúde, Maria da Luz Lima, afirma que a utilização da telemedicina em Cabo Verde tem sido valorizada pelos sucessivos governos, acrescentando que apesar dos obstáculos ultrapassados ainda há desafios pela frente, nomeadamente a privacidade e confidencialidade do doente, o armazenamento e a partilha de informações.
A nível de reforço de cooperação com Portugal na área da telemedicina, Maria da Luz avança que, neste momento, existe um projeto estruturante que aguarda financiamento para a sua implementação. “Para a responsável, este projeto irá ter “um impacto positivo sobretudo nos processos de transferência de doentes para Portugal”.
Em representação do Ministro da Saúde do Brasil, Cláudia Gonçalves, salienta que nos 10 anos da telesaúde tem se conseguido avanços significativos apesar das dificuldades. Acrescenta ainda que na agenda de 2030 para desenvolvimento sustentável na área da saúde será priorizado o fortalecimento do plano estratégico de cooperação com os Países da CPLP, visando estruturar o sistema públicos de saúde dos estados membros.
“No Brasil tem se enfrentado inúmeros problemas como por exemplo a lista de espera de consultas de especialidade, e para isso o ministério tem apostado na Telesaúde como uma das estratégias para suprir estes tipos de obstáculos.
Segundo o Coordenador Nacional da Rede Universitária da Telemedicina do Brasil, Luiz Ary Messina, esta reunião vai permitir a partilha de experiências da telemedicina entre os países da CPLP, momento único para que todos os países coloquem as suas posições e intenção com relação à prática da telemedicina e “que possamos desta forma ter um plano de trabalho consensual entre os países e que dessa forma possamos aproveitar melhor as práticas e os domínios existentes em cada país”.
Para a Diretora do Serviço de Telemedicina de Cabo Verde, Vanda Azevedo “com a telemedicina nós conseguimos levar tanto a formação médica continuada como dar apoio nas teleconsultas, que é um dos parâmetros mais importantes deste programa de telemedicina” e avança que o projeto, implementado no país desde de 2012, está a funcionar de uma forma continuada e crescente.
Vanda Azevedo explica ainda que a medida que se alarga a área de cobertura também vai se tentando alargar a oferta de especialidades, sendo que neste momento “já se oferece 24 especialidades para todas as ilhas de Cabo Verde, em que qualquer doente que esteja no Maio, Brava ou em outra ilha tem acesso a uma consulta de especialidade por teleconsulta”.
“Desta reunião se espera unificar os processos de estruturação do programa de telemedicina nos países de CPLP, e tentar que Cabo Verde entre na rota da telesaúdede forma a podermos partilhar conhecimento” acrescenta Azevedo.
Para o representante da Organização Mundial da Saúde, Mariano Castellon, as vantagens associadas à adoção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são evidentes. Explica que existe um crescente reconhecimento de que inevitavelmente, o sector da saúde deve integrar as TIC no seu modo de fazer negócios, com objetivo de chegar a todos os cidadãos com cuidados seguros, equitativos e de alta qualidade.
O Projeto de Telemedecina em Cabo Verde é financiado pelo Governo da Eslovénia e tendo tido uma continuidade aos longos dos anos, através de uma cooperação sustentável e abrange neste momento 12 centros de telemedicina.
Esta Iª Reunião de Telemedicina e Telessaúde da CPLP tem como principais objetivos conhecer os programas de telessaúde dos vários países e a elaboração conjunta de um plano de trabalho para o “Roteiro Estratégico de Implantação da Telessaúde nos Países de Língua Portuguesa”, aprovado na Reunião Técnica PECS-CPLP em março de 2016.
