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Primeiro Ministro preside a VIIª Edição da AFRICÁGUA e destaca experiência de Cabo Verde no setor da água nas Canárias

Conforme Ulisses Correia e Silva, “a pressão sobre os recursos hídricos e a escassez hídrica é uma realidade que tende a agravar-se à escala global e são particularmente afetados os países já assolados pela aridez climática e pela insuficiência de infraestruturas de sua mobilização e distribuição”. Por isso mesmo, considera importante garantir “o abastecimento de água de forma confiável, segura, acessível e equitativa a todos

A AFRICAGUA é um evento empresarial que visa promover iniciativas relacionadas com a água, as energias renováveis e a sustentabilidade. A VIIª edição do Fórum decorre em Fuerteventura, Canárias, e visa oferecer oportunidades de networking entre empresas e instituições públicas relacionadas com o setor da água e das energias renováveis dos diversos países participantes, bem como aceder à oferta e procura de tecnologia relacionada aos setores. Nessa edição, Cabo Verde foi o país convidado de honra, e o Primeiro Ministro levou a experiência e as medidas de políticas do nosso Governo em relação á “problemática da água e das energias renováveis”.

Conforme Ulisses Correia e Silva, “a pressão sobre os recursos hídricos e a escassez hídrica é uma realidade que tende a agravar-se à escala global e são particularmente afetados os países já assolados pela aridez climática e pela insuficiência de infraestruturas de sua mobilização e distribuição”. Por isso mesmo, considera importante garantir “o abastecimento de água de forma confiável, segura, acessível e equitativa a todos”.

“Cabo Verde vem enfrentando desde sempre o grande desafio da água. Localizado na região do Sahel, é o arquipélago mais árido da macaronésia. Em consequência das mudanças climáticas, está exposto a secas cada vez mais frequentes e prolongadas, o que faz reduzir ainda mais a sua fraca reserva natural de água doce”, referiu o Primeiro-ministro para sublinhar que, mediante essas adversidades naturais e climáticas, temos trilhado um percurso muito positivo no setor da água.

“A primeira dessalinizadora de água do mar foi instalada no ano de 1968. Hoje, cerca de 70% da água potável distribuída à população provém da dessalinização. Essa percentagem vai aumentar nos próximos anos, graças aos investimentos em curso. Empreendimentos turísticos e industriais recorrem à dessalinização em mais de 90% dos casos”, sustentou.

Ulisses Correia e Silva confirmou os “importantes investimentos” feitos nas redes públicas e sistemas de armazenamento de água em todas as ilhas, “melhoraram consideravelmente os serviços de abastecimento de água e de saneamento à população”.

Mantendo a estratégia e acelerando o ritmo de investimentos, Cabo Verde pretende atingir, nos próximos 5 anos, a disponibilidade de 90 litros de água por pessoa, por dia. Na agricultura, diz o Chefe do Governo, vai se investir 30 Milhões de euros na diversificação das formas de mobilização da água, que inclui a dessalinização de água salobra e o reaproveitamento de águas residuais tratadas, numa clara abordagem da economia circular da água. A promoção da massificação da utilização da irrigação gota-a-gota, os incentivos fiscais e financeiros para promover investimentos privados na dessalinização da água para a agricultura e na massificação da micro geração de energia solar, assim como os subsídios dos agricultores na aquisição de materiais para a rega gota a gota, foram igualmente apontadas como medidas que visam o reforço da resiliência e adaptação de Cabo Verde aos efeitos das mudanças climáticas.

Ulisses Correia e Silva encontra-se nas ilhas Canárias, onde presidiu á VI Cimeira entre os dois arquipélagos da Macaronésia.