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“Se pudéssemos escolher não teríamos Tarrafal como parte da nossa herança histórica” – MCIC, Abraão Vicente

As atividades que vem sendo realizadas no Campo de Concentração de Tarrafal, por estes dias, é um tributo à memória dos que aqui pereceram, aos ex presos políticos que continuam como memória viva ainda mais importante que a própria estrutura, que recebeu obras de recuperação e reabilitação, e que alberga um auditório, biblioteca de livros proibidos e uma enorme exposição permanente.

Iniciou nesta quinta-feira, 09 de maio, o Simpósio Internacional de 2 dias sobre “Memórias e Diálogos de Resistência em Tarrafal de Santiago”, que acontece no quadro dos 50 anos de Encerramento do Campo de Concentração.

No discurso de abertura, o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas lembrou os ex presos políticos de Portugal, Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde que ali sofreram os horrores impostos pelo regime colonial.

Mais de 30 sucumbiram aos horrores e aos sobreviventes ficou marcado na pele e na memória o sofrimento e a privação da liberdade, da liberdade de expressão e de pensamento.

“Não estamos aqui para celebrar nem o legado, nem as atrocidades, nem aquilo que representa Tarrafal na história comum dos povos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Estamos aqui para não esquecermos”, lembrou o Governante.

As atividades que vem sendo realizadas no Campo de Concentração de Tarrafal, por estes dias, é um tributo à memória dos que aqui pereceram, aos ex presos políticos que continuam como memória viva ainda mais importante que a própria estrutura, que recebeu obras de recuperação e reabilitação, e que alberga um auditório, biblioteca de livros proibidos e uma enorme exposição permanente.

“Se pudéssemos escolher não teríamos Tarrafal como parte da nossa herança histórica”, afiançou, ainda, o titular da pasta da cultura concluindo que esta é uma história e herança que Cabo Verde partilha cm Angola, Guiné-Bissau e Portugal, os quatro países que tiveram homens presos neste Campo.

O mesmo aproveitou o momento para deixar a mensagem para “os momentos políticos” que se testemunha atualmente, em vários países que se aproximam e acarinham momentos históricos que permitiram que Tarrafal acontecesse.

“Estamos aqui para fazer, sim, um tributo à independência e à democracia. À liberdade de expressão, de pensamento, de cidadania através do longo percurso dos nossos povos para que hoje de facto possamos erguer como cidadãos livres de pensamento, nacionalidade e dignidade”, adiantou.

As atividades alusivas aos 50 anos de 25 de abril e 50 anos do Encerramento do Campo de Concentração conta com cofinanciamento da Cooperação Portuguesa através de um Memorando assinado em 2023 entre Cabo Verde e Portugal.

As mesmas encerram nesta sexta-feira, 10 de maio, com o “Festival de Resistência – Do Eco à Música”, que contará com a participação de artistas 4 países: Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola e Portugal.

O ato contou com alocuções do Diretor Geral do Escritório Regional da Unesco, Dakar, Dimitri Sanga, em representação da Diretora-Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, o vereador para a área do turismo, Arnaldo Andrade, em representação ao presidente da CMTS, a Embaixadora da República de Angola, o Embaixador da República de Guiné-Bissau e da Adida da cooperação Portuguesa, em representação do Embaixador da República de Portugal.