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Cabo Verde pode ultrapassar meta dos 25% de energia renováveis em 2012

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves inaugurou, durante este fim-de-semana, o parque eólico de São Vicente, mais um de quatro parques inseridos num projecto do Governo executado com a parceria privada. José Maria Neves inaugurou, também, o primeiro parque eólico de iniciativa totalmente privada, desta feita, em Santo Antão. Com os investimentos que estão a ser feitos em matéria de energia, salienta o Chefe do Governo, o país estará em condições “para termos a estabilidade necessária”, no que confere às energias, aliás, poderá mesmo ultrapassar a meta dos 25% de energias limpas em 2012.

O parque eólico de São Vicente, inaugurado na passada sexta-feira, está a produzir, desde a sua entrada em funcionamento, a 28 de Setembro, cerca de 13% da energia da ilha, embora com capacidade instalada para produzir até 6 mw, o equivalente a aproximadamente 20% de energia que é inserida na rede local.

Neste parque localizado na Selada de Flamengo, estão instalados sete turbinas que representam um investimento de cerca de 65 milhões de euros, financiados pelos bancos Europeu de Investimento (BEI) e Africano de Desenvolvimento (BAD), InfraCo, Find Found e African Finantial Corporation, parceiros do Governo e a Electra, na criação dos quatro parques eólicos. Os parques do Sal e da Boavista estão perto da fase final de execução e vão juntar-se em breve, aos da Praia e este de São Vicente, já em funcionamento.

No sábado, Neves inaugurou o parque eólico de Santo Antão, o primeiro de iniciativa totalmente privada e que contou com a bênção e pronta colaboração do Governo, como sublinharam, ambos o Primeiro-Ministro e o Ministro do Turismo, Indústria e Energia, Humberto Brito. Este último frisou que esta iniciativa representa uma “mudança de paradigma” no sector empresarial.

Com a implementação de mais este parque que, com apenas duas turbinas, está produzir cerca de 13% da energia consumida em Santo Antão, desde a sua entrada em funcionamento em meados de Abril, o país estará em condições de superar a meta previamente estabelecida de penetração de até 25% de energias limpas na rede nacional. A capacidade de produção de energia a partir do vento e do sol deverão chegar assim aos 30% em 2012.

Recorda-se que, para além dos investimentos citados, o Governo está a concluir a central única da Praia e os processos de planeamento dos projectos das centrais únicas de Santo Antão, Fogo e São Nicolau, cujas obras deverão ter inicio em breve.

Sobre o parque eólico de Santo Antão, ainda, conclui o Primeiro-Ministro, que o Governo encoraja os investimentos privados no sector das energias renováveis que considera uma excelente oportunidade que está a surgir com os muitos investimentos do Executivo no sector.

Neves avança ainda que o Governo está a estudar medidas de incentivo ao investimento privado, sobretudo, neste sector, inclusive para que as famílias possam instalar meios de produção de energia renovável em suas casas e vender os excedentes de produção para a rede nacional. Acrescenta que, Cabo Verde quer ser referência na sua região e no mundo nesta matéria. Aliás, assim, como os quatro parques eólicos, iniciativas do Governo serão os primeiros em regime público – privado. O parque de Santo Antão é a primeira iniciativa inteiramente privada, na costa ocidental africana.

Em Santo Antão, o Primeiro-Ministro, José Maria Neves, considerou que o governo cumpriu a meta que previa a implementação de 25 por cento de energias renováveis no país até 2012.

As metas do Governo no sector de energia, de referir ainda que o objectivo é ter a penetração de até 50% de energias limpas a nível do território nacional e de ter a cobertura a 100% de energias renováveis em pelo menos uma ilha, muito provavelmente a ilha da Brava.

Essa realização significaria ganhos enormes para o país, frisa o Chefe do Executivo, que poderia não só aumentar a sua eficiência energética, como significaria ganhos enormes em matéria de divisas com a poupança nos combustíveis fósseis, sem contar com as novas oportunidades empresariais a partir desse sector.