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Cabo Verde recebe prémio “Excellence Awards” por combater Malária

À margem da realização da Cimeira da União Africana que decorreu em Adis Abeba, capital da Etiópia, foi atribuído a Cabo Verde o troféu “Excellence Awards” pela sua determinação no combate à Malária. A informação foi avançada pelo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, José Luis Rocha, que participou na XX Cimeira da União Africana, com todos os Chefes de Estado, no quadro da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) de que Cabo Verde é membro.

O prémio outorgado a Cabo Verde foi na categoria de impacto e implementação na redução da mortalidade, no tratamento e combate à doença e foi atribuída pela Aliança dos Líderes Africanos Contra a Malária (ALMA), uma organização criada com vista a incentivar os países africanos a lutar contra a malária, doença que é responsável pelo maior índice de mortalidade no continente africano. A distinção foi anunciada na reunião daquela organização, que decorreu à margem da Cimeira da União Africana,

Importa salientar que no evento da ALMA outros países, nomeadamente, Camarões, Guiné, Kenya, Libéria, Moçambique, Ruanda e Uganda também foram distinguidos com prémios na categoria de políticas implementadas pelos progressos assinaláveis no controlo e combate à malária.

E na categoria em que Cabo Verde foi distinguido, também foram entregues os prémios a países como Namíbia, Ruanda, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Suazilândia e Zâmbia.

Segundo o Relatório Mundial de 2012 sobre a Malária, no ano passado morreram 106.933 infectados em todo o mundo, o valor mais baixo desde 2001 e menos cerca de 40.000 do que em 2010.

Em África, entre os 43 países englobados na região africana da OMS, morreram 103.239 pessoas, com a RD Congo a contabilizar o maior número de vítimas (23.748), à frente da Tanzânia (11.805), Burkina Faso (7.001) e Angola (6.909).

Cabo Verde é, mais uma vez, o país africano com menor número de vítimas mortais, tendo sido registadas apenas quatro, todas elas “importadas” da costa ocidental africana, à frente da Suazilândia e Botsuana (ambos com oito), Eritreia (12) e São Tomé e Príncipe e Comores (ambos com 19).

Dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa, Cabo Verde continua com o menor número de vítimas mortais do continente desde 2007, São Tomé e Príncipe tem baixado sempre desde as 348 mortes registadas em 2001, sendo essa mesma a tendência registada em Angola (passou de 25.572 casos em 1999 para 6.909 em 2011).

Informações avançadas pelo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, os países são monitorados através da ALMA Scorecard for Accountability and Action que contem os objectivos, indicadores e a performance de todos os países africanos (50 membros) com base em informações recolhidas a nível nacional e pelas Organizações Internacionais, incluindo a OMS. 

De referir ainda que os líderes africanos consideram que a luta contra a malária “é essencial para impulsionar a saúde de mulheres e crianças, e poder alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)”.

A organização, composta por 26 nações, busca derrotar a doença, a qual é responsável por mais de 25% das mortes de crianças menores de cinco anos na África, afecta ao menos 50 milhões mulheres grávidas e ocasiona 10% do total da mortalidade materna a cada ano.

A ALMA tem realizado avanços significativos em alguns assuntos chaves relacionados ao controle da malária, incluindo contratos colectivos de bens e serviços, e a eliminação de impostos e tarifas em produtos vitais.

Ainda, o número de casos de malária caiu mais de 50% em nove países africanos em comparação com a década passada.

Um relatório recente revelou que mais de 680 mil vidas foram salvas entre 2000 e 2009, a maioria delas a partir de 2006.