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Cabo Verde vai comparticipar nas pensões de reformados militares guineenses

Já o afirmara ontem e reafirmou hoje, o Primeiro-Ministro, José Maria Neves, num encontro com o seu homólogo Carlos Gomes e ministros do Governo guineense, “Cabo Verde tem uma grande dívida para com o povo guineense”, sobretudo os militares que deram a sua vida pela independência da Guiné e Cabo Verde. Esta é a ideia por detrás da decisão do Governo de Cabo Verde em ajudar com um complemento de pensão aos vários “heróis anónimos”, militares reformados, que contribuiram para a independência e democracia em Cabo Verde.

O anúncio foi feito hoje, 28 de Novembrode 2011, pelo Primeiro-Ministro, José Maria Neves, num encontro entre delegações interministeriais dos dois países e que decorreu no Palácio do Governo em Bissau. “Se hoje podemos falar de Democracia, de Liberdade e de Desenvolvimento em Cabo Verde é porque houve gente que deu o seu suor, as suas lágrimas, a sua própria vida. Houve heróis da Guiné-Bissau e gente anónima que contribuiu para que isto pudesse acontecer”.

Daí que afirme que “por mais que possamos fazer será impossível pagar esta nossa grande dívida para com a Guiné-Bissau e o povo deste país”. Nisto, o Governo da Praia, avança, vai passar a contribuir para um fundo de pensão, cujo montante será definido nos próximos dias, quando José Maria Neves regressar às Ilhas, o que deverá acontecer na quarta-feira.

“Guiné-Bissau pode contar com toda a amizade, com toda a solidariedade do povo e do Goveno de Cabo Verde”, afiança”. Assim, a decisão de contribuir para o reconhecimento e maior dignidade desses heróis identifiacados e anónimos que tanto contribuiram para a independência de Cabo Verde.

O montante a definir será um “complemento” a um fundo de pensão que a Guiné-Bissau irá atribuir aos militares reformados, sendo que, também a CEDEAO terá decidido apoiar esse fundo com cerca de 63 milhões de dólares americanos, conforme adiantou Neves à saída de um encontro com um responsável da CEDEAO.

Não obstante Cabo Verde participar desse fundo como membro da organização da sub-região, o Governo sente que o país pode e deve fazer um pouco mais em nome dessa “grande dívida” para com a Guiné-Bissau, mesmo que signifique um esforço adicionado neste contexto conturbado de crise internacional.

Também, no seio da CPLP, nota, “há já um entendimento” no sentido de apoiar na estabilidade da guiné-Bissau, “particularmente neste domínio na reforma das Forças Armadas e da segurança“.    

 

Cabo Verde apoia a reconstituição das Forças Armadas e de segurança da Guiné

Estas são áreas onde Cabo Verde quer, também, colaborar com Bissau, pelo que o Governo vai apoiar, incluindo na formação de quadros e agentes nos centros de formação em Cabo Verde. Este apoio e o da CEDEAO, que inclui todo um roteiro de reforma dessas instituições do exercito e da Polícia guineenses, será importante para que haja umas Forças Armadas “Republicanas” e que possam contribuir “para a paz, a estabilidade e a consolidação do Estado de Direito Democrático em Bissau”, conclui.

A CEDEAO, a CPLP e o Governo de Bissau, diz Neves, estarão muito próximos de um entendimento para a implementação e gestão deste fundo de pensão militar, que terá de ser feita de “forma muito rigorosa, porque os desembolsos vão depender do cumprimento do roteiro que foi estabelecido”, explica.