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“Casa para Todos” já tem financiamento para mais de 8 mil fogos

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, presidiu o acto de lançamento das primeiras pedras de 110 fogos em Pedra Badejo, inseridos no Programa "Casa para Todos" e que pretende, só no concelho de Santa Cruz, construir perto de 800 casas nos próximos três a quatro anos.

Do projecto ora iniciado (110 na primeira fase), estão previstas a edificação de 350 casas no total. Estas novas habitações, assim como em outras paragens cujo programa foi já lançado, inserem-se num conceito novo e moderno de habitação social com a edificação de bairros inteiros, totalmente urbanizados com praças e outros espaços públicos e áreas comerciais, para garantir uma certa independência desses bairros.

Trata-se de um conceito integrador, pois que procura inserir num mesmo espaço famílias de classe A e B, no caso do projecto de Pedra Badejo, mas também da classe C. "Não queremos que os considerados pobres sejam colocados num canto à parte e os mais remediados noutro, queremos que todos os cabo-verdianos tenham a possibilidade de ter uma habitação condigna", afirma o Chefe do Governo.

O "Casa para Todos" é, portanto, acredita Neves, o maior programa social até agora concebido no país, para dar resposta ao deficit habitacional no país, que segundo os dados é de mais ou menos 40 mil fogos.

Das 110 casas de Pedra Badejo, explica Paulo Soares, Presidente do Conselho de Administração do Imobiliária Fundiária e Habitação (IFH), 60 serão disponibilizadas a famílias com rendimento de zero a 40 contos mensais, sendo os restantes 50 fogos destinados àqueles com rendimento de 40 contos a 100 contos mensais.

O Programa também disponibilizará casas às famílias com rendimento até 180 contos. O Casa para Todos, com as suas três vertentes, "Habitar Cabo Verde", "Pró Habitar" e "Reabilitar", irá construir cerca de 8 mil e 500 fogos de raiz, sendo que mil serão edificados no meio rural.

"Junto-me a esse coro para agradecer ao Governo pela implementação desse importante projecto que vai de encontro às necessidades de todos os cabo-verdianos", salienta Soares.

Para além do que se anunciou, o Governo, afirma José Maria Neves, está em negociações com o Governo chinês para a cedência de um novo crédito que irá financiar a construção de mais três mil habitações.

De resto, o Programa "Casa para Todos" defende toda uma filosofia de incentivo ao mercado da construção civil virado para as habitações sociais e que envolva não só as câmaras municipais, como também os privados e as famílias.

Por tudo isso, José Maria Neves acredita que nos próximos dois a três anos já Cabo Verde irá dar um grande salto no que concerne à problemática da habitação social.

Para além disso, essa última vertente pretende interferir em cerca de 16 mil e 500 habitações com necessidades de intervenções para a melhoria das condições de habitabilidade.

Casa para Todos lançado na Praia, Boa Vista e Assomada

Outra prova de que o programa está mesmo a arrancar com força são os lançamentos efectuados na segunda-feira, na Praia, e recentemente, também em Assomada, na Boa Vista e São Vicente.

Todos esses bairros sociais englobam, como dissemos, espaços públicos como praças e áreas comerciais, etc. No caso do complexo do Palmarejo serão edificados 140 fogos, para as classes a, b e c, assim como o de São Vicente, na zona de Ribeira de Julião (250 casas), isso no que concerne à primeira fase do programa.

Na Boa Vista vai se iniciar com a construção de 36 casas, e em Assomada, cujo lançamento da primeira fase ocorreu no Domingo, arranca-se com 50 fogos. O Governo também já lançou os concursos para o arranque das obras, também em São Nicolau, no Fogo e ainda mais 170 na Boa Vista e em breve deverão arrancar concursos para outras regiões do país.

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