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Economist Inteligence Unit prevê: Cabo Verde é o mais estável de África em 2011-12

Não obstante, a análise da EIU alerta sobre os riscos para as perspectivas económicas, particularmente a rápida subida dos preços das commodities (mercadorias primárias, que possuem cotação e "negociabilidade" globais), que poderia comprometer a estabilidade do nosso país.

A EIU sublinha no entanto que os gastos do Governo em proporção ao PIB deverão cair ligeiramente em 2011-12, como estímulo fiscal que está a ser desenvolvido. Os déficits fiscais previstos em equivalente a 8,2% do PIB em 2011 e 6,5% do PIB em 2012 serão financiados por empréstimos em condições favoráveis de doadores.

Os principais impulsionadores do crescimento real do PIB, diz a EIU, estimam-se em 6% e 5,5% em 2011 e 2012, respectivamente, e serão os investimentos directos do estrangeiro, sobretudo em infra-estrutura e turismo.

Em consonância com as perspectivas para os preços globais de commodities, a expectativa é de que os preços ao consumidor local tenham rápida elevação chegando a 8% em 2011 (acima dos 5% previstos anteriormente). A inflação deverá abrandar segundo a análise da EIU, para 1% em 2012. O déficit em conta corrente é previsto para refinar a 10% do PIB em 2011 e 9,6% do PIB em 2012.

A estabilidade política

A Economist Intelligence Unit deu especial atenção à estabilidade política, tendo destacado que "Cabo Verde realizou, a 06 de Fevereiro, uma eleição legislativa, a quinta do país, desde que a democracia multipartidária foi introduzida em 1990.

A análise da EIU destaca ainda que cinco partidos disputaram um total de 72 assentos parlamentares em dez círculos eleitorais nacionais e três estrangeiros (reduzido de 20 na eleição anterior).

A competição foi na verdade – sublinha – uma corrida de dois cavalos, colocando a decisão do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), contra o maior partido da oposição, Movimento a Democracia (MPD), que governou Cabo Verde na década de 1990"

Segundo o Economist Intelligence Unit, "o PAICV ganhou as eleições de forma convincente, garantindo 52,4% dos votos e 37 assentos na Assembleia Nacional, dando-lhe uma maioria de um. Embora o partido tenha sofrido uma perda líquida de quatro lugares em relação à eleição de 2006, no entanto teve várias vitórias importantes sobre o MPD, ganhando em Santo Antão (até então um reduto MPD), pela primeira vez desde a introdução de eleições multipartidárias.

"Além disso, o PAICV recebeu o maior número de votos em todos os círculos eleitorais, mas sendo que nas duas ilhas mais pequenas -Maio e São Nicolau- a votação nacional do partido era praticamente a mesma em 2006, indicando que houve pouca erosão no seu apoio ao longo dos últimos cinco anos".

A este propósito a Economist acrescenta que "em comparação, a participação do MPD no voto nacional realmente caiu, passando de 44% para 42%, embora tenha conseguido aumentar a sua representação parlamentar de 29-33 assentos, indicando crescente polarização geográfica no apoio ao partido. O líder do MPD, Carlos Veiga, aceitou imediatamente o resultado, mas, como em eleições anteriores, sugeriu a fraude eleitoral pelo partido no poder.

EIU – Cabo Verde aposta na redução da pobreza

De acordo com a EIU,em Novembro de 2010, na sequência da atribuição de um instrumento de apoio de 15 meses da nova política (PSI) para Cabo Verde, o FMI publicou em Dezembro o seu relatório sobre o desempenho do nosso País no Programa de Redução da Pobreza (PRSP), cobrindo o período 2008-11.

O PRSP visa ajudar o Governo a alcançar o desenvolvimento humano sustentável, para que Cabo Verde se consolide como um País de Desenvolvimento Médio e gradualmente perde o acesso à ajuda externa concessionai.

O País apresentou uma evolução positiva, segundo a EIU, com a redução da pobreza em 2009, apoiado por boa governação, forte crescimento do PIB real e uma boa execução da despesa orçamental (especialmente em sectores prioritários social), os quais têm ajudado a melhorar a qualidade de vida dos cabo-verdianos.