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Governador do Banco de Verde confiante na fiabilidade do sistema financeiro nacional

Na sequência da audiência com o Primeiro-Ministro, José Maria Neves, o Governador do Banco de Cabo Verde, Carlos Burgo descartou a possibilidade de os cabo-verdianos vierem a perder as suas poupanças face a uma possível derrapagem da banca nacional. Sobre isso Burgo tranquiliza, respondendo que o sistema financeiro nacional é “bastante sólido”, daí acreditar na sua capacidade de enfrentar com sucesso a crise internacional. Descartada também parece estar a possibilidade, de momento, de aumento dos impostos ou das taxas de juros.

Para o Governador este é um problema que não se coloca actualmente, tendo em conta que Cabo Verde possui um sistema financeiro credível e “bastante sólido”, aliás como atestaram já vários testes feitos aos bancos comerciais. De acordo com os mesmos testes, não só os bancos oferecem solidez e funcionam bem, como tem vindo a melhorar a qualidade dos seus serviços.

“Os cabo-verdianos não têm razões sérias para terem receios em relação ao sistema financeiro”, acrescenta Carlos Burgo e afirma que a procura da moeda cabo-verdiana continua muito forte, “o que traduz a confiança na economia do país”.

No que se refere a eventuais medidas de austeridade, sem entrar em detalhes, Burgo encara com naturalidade essa possibilidade o Governador do BCV defende que Cabo Verde está acostumado a lidar com este tipo de situação desde a sua independência, tendo em conta os nossos parcos recursos, pelo que “austeridade” tem sido uma “palavra de ordem” no país.

“A ideia, a necessidade da sustentabilidade das finanças públicas está muito impregnada na consciência dos cabo-verdianos”; sublinha, pelo que acredita que “quaisquer medidas que forem necessárias para consolidar e reforçar a solidez das finanças públicas serão compreendidas pelos cabo-verdianos que, diariamente, assistem ao que se passa nos países europeus, nomeadamente Portugal”, comenta Carlos Burgo.

E o Governador deixa mesmo a entender que é a favor de alguma medida de contenção de despesas quando afirma que a noção do que se está a passar no mundo, sobretudo na zona Euro “reforça em nós a consciência da necessidade da melhor utilização dos recursos públicos e, ao mesmo tempo, da necessidade de alinhar os gastos públicos com o potencial de geração de recursos da economia.

Impostos e taxas de juros não devem aumentar

Sobre a eventualidade de o Governo vir a aumentar os impostos, o Governador é tranquilizador, no que diz respeito aos cidadãos, sendo que é uma possibilidade por ele descartada, por enquanto. “Creio que neste momento os responsáveis do país não pensam em agravar os impostos. Pessoalmente, também, não vejo tanta necessidade de agravar os impostos”, defende que o momento (de crise) não seria adequado em todo o caso e não há nenhuma necessidade muito forte para isso.

Da mesma forma ou as taxas de juros actuais não deverão sofrer aumento, sendo que, segundo o Governador do BCV, “as taxas estão num nível que tem garantido a estabilidade do financiamento dos bancos”, um critério “muito importante” na definição das taxas.

Burgo explica que enquanto se mantiver estabilizada a capacidade actual de financiamento dos bancos e, desde que não haja tensões sérias a nível das contas externas não se vislumbra a necessidade de agravamento das taxas de juros.