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Governo decreta dois dias de luto nacional pela morte do poeta Corsino Fortes

Ao tomar o conhecimento do falecimento do Dr. Corsino Fortes, poeta, escritor, combatente da liberdade da pátria, figura ímpar do mundo da cultura, das letras e da academia, o Governo decretou dois dias de luto nacional, a partir das 14H00, de hoje, 24 de julho, com bandeira a meia haste.

O Governo consternado com esta perda aproveita para apresentar as mais sentidas condolências à família enlutada do Dr. Corsino Fortes.

Reconhecendo o percurso desta figura importante do meio cabo-verdiano e personalidade do mundo, o Governo prepara-se para fazer uma participação condigna nos atos fúnebres em homenagem a esta grande figura de Cabo verde, estando representado pelo Primeiro – Ministro de Cabo Verde, Dr. José Maria Neves, Ministro da Defesa e dos Assuntos Parlamentos, Dr. Rui Semedo, Ministra das Comunidades, Dra Fernanda Fernandes e Ministro da Justiça, Dr. José Carlos Correia. 

Corsino António Fortes nasceu em São Vicente, em 1933. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, em 1966, exerceu a sua atividade profissional na Magistratura em Angola, onde foi Juiz do Tribunal de Trabalho de Benguela.

Combatente da Liberdade da Pátria, militou activamente em prol da Independência de Cabo Verde, na clandestinidade, quando ainda exercia a magistratura em Angola.

Após a Independência Corsino Fortes exerceu a diplomacia, tendo sido o primeiro Embaixador extraordinário e plenipotenciário de Cabo Verde em Portugal, Espanha, França, Itália, Noruega e Islândia, entre 1975 e 1981. Em Angola, foi Embaixador entre 1986 e 1989, exercendo função semelhante em São Tomé e Príncipe, Zâmbia, Moçambique e Zimbabwe.

Desempenhou os cargos de Secretário de Estado para a Informação de 1983 a 1989, tendo sido o promotor da televisão em Cabo Verde com a criação da então TVEC e foi Ministro da Justiça de 1989 a 1991.

Enquanto poeta, publicou a trilogia A Cabeça Calva de Deus (2001), composta dos livros Pão & fonema, Árvore & tambor e Pedras de sol & substância, acaba de lançar Sinos de silêncio, canções e haikais (2015). Faz parte de antologias em várias línguas, como inglesa, francesa, italiana, holandesa.

Presidiu o Conselho Geral da Fundação Amílcar Cabral, a Associação de Escritores Cabo-verdianos (AEC) bem como a Academia Cabo-verdiana de Letras.

Três dias depois de lançar a sua última obra “Sinos de Silêncio canções e haikais ”,  o poeta Corsino António Fortes partiu, na manhã de hoje, 24 de julho, na Cidade de Mindelo, sua terra natal, depois de uma luta contra o cancro. Cabo Verde perdeu, assim, um grande homem.